A África não sabe que está na cauda de desenvolvimento humano

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“Acorda, Wake up, Laula- África”

João Muteteca Nauege, Docente da Universidade Lueji A´Nkonde
Não lhe dedico uma ode especial, mas continuo de forma sofrível a pensar a África, sobre África e da África, que pelo que me parece os seus chefes de diferentes estados, os seus dirigentes e alguns populares não estão a dar conta de que a África está na cauda no que ao desenvolvimento humano diz respeito.

O alerta vai aos cônscios que se dão de esquecidos, quando exportam dinheiros, petróleos, diamantes e outros recursos para o velho continente para o proveito unipessoal; após a morte as riquezas ficam para os banqueiros do lado de lá. O curioso é que essa prática já se tornou normal. A quem acredite que é mesmo uma sina para os africanos, deixando uma grande maioria em pobreza extrema. No caso, os poucos africanos que se apossam e abocanham as riquezas que serviriam para todos. Também estendemos o alerta aos menos cautos, que é urgente acordar para se começar a pensar a África.

É neste sentido que a África, acho que se rouba a si mesma, corrompe-se a si mesma, quando os seus líderes se esquecem de políticas públicas inclusivas, e o que é de todos passa a servir uma única pessoa ou uma família. Mas, por incrível que pareça, ainda se vê o bode expiatório no estrangeiro, acontece, mas com azo e consentimento de muitos líderes africanos que se sentem micro ou mesmo macro “deuses”. A deificação de líderes africanos continua a ajudar a dar passos para trás no que respeito ao crescimento e consequente desenvolvimento do continente berço da humanidade.

Em África e de África quase nenhuma estrutura é robusta, ora vejamos: os sistemas nacionais de Saúde em África são dos mais frágeis e desconfiáveis até pelos próprios líderes africanos, os sistemas de Ensino-educação também continuam frágeis, os magnatas africanos nem caleidoscopicamente dão um golpe de vista à Educação e à Saúde dos seus países.

Os Sistemas financeiro e bancário africanos são os mais permeáveis a burla, branqueamento de capitais e todos os males possíveis- solução, um líder africano que se preze e se sinta cauto, todo o seu dinheiro, conseguido ao longo do seu consulado, está a repousar na Suiça, ou noutro paraíso fiscal. Parece que lá o descanso é mesmo eterno, cabendo aos deuses que lá os colocaram/guardaram rezar que a morte os esqueça para o repasto eterno!

Os líderes africanos deveriam pensar em África, sobre a África e da África, por isso, o grito que lanço é o de que a África deve acordar: “Acorda, Wake up, Laula-África”. Quem vai fazer com que ela acorde? Os seus líderes, na maioria dos casos, acho que não estão interessados! Até que nos provem contrário.

Lutam, aspiram e aplaudem a sua deificação. Só, só mesmo! Então, a solução passa por os poucos africanos que estão cônscios e não mentecaptos que a maioria dos seus patrícios vive em extrema pobreza. Apontar os erros e as soluções credíveis, construtivas e se possível de ruptura com os actuais sistemas viciados e chamarizes ao vício. Ou seja, criticar para ganhar uma chefia, em Angola, isso tem nome, é de domínio de todos, é a tal bajulação, que está a sofrer grande combate- bem ou mal, mas os passos têm sido dados, aqui ficam os nossos aplausos!

Pensando bem, os africanos que detém o poder são muito egoístas, só pensam em si, nas suas famílias, servem-se de tudo e de todos, esquecem-se de servir o povo! É a natureza do africano? Não sei, não acho. Devemos continuar a estudar desde o ponto de vista antropológico o ser africano, ou seja, o líder africano e não o africano comum, este sim, é solidário, quer partilhar o pouco que tem com quem não tem.

O africano comum não pode continuar a pensar que nasceu para sofrer, ver um grupinho como sendo o de iluminados e donos de tudo. Segundo se diz, todos nasceram e encontraram as riquezas ou potenciais riquezas, os líderes africanos deveriam pensar nos servidos, ou seja, no povo. O paraíso não é só a Europa ou os Estados Unidos; em África pode construir-se o paraíso, em África há requisitos, não diria mínimos, mas máximos para se viver bem. Então, África acorda, Wake up, Laula!

Como africano, sinto a obrigação de não carpir apenas, mas também de pensar, apontar críticas e soluções que possam ser adoptadas para um renascimento africano, sim renascimento africano, rumo ao crescimento e desenvolvimento de todos que não tiveram oportunidade de escolher onde nascer, mas orgulham-se sofrivelmente por cá (África) nascer.

Aos poucos africanos de bem na diáspora, o berço chama por vós, venham gritar connosco, Acorda- África, Wake up-África, Laula-África! O continente é grande, as mentes brilhantes devem mesmo à distância apontar os caminhos para o crescimento, desenvolvimento sustentável e equilibrado do monstro adormecido-África. (X)

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