A China e a “Covid zero”

Oliver Quinto

Políticas duras no combate à Covid-19 por parte do Governo Chinês deixaram o mundo novamente em alerta nos últimos meses. Seria realmente um mal necessário? Porém, um artigo escrito por cientistas da Universidade Fudan, de Xangai, com o apoio de pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e publicado na terça-feira passada (10) na revista “Nature Medicine”, mostra que, com o fim da política restritiva, o pico de demanda por terapia hospitalar intensiva ultrapassaria em mais de 15 vezes a capacidade do sistema de saúde chinês, o que levaria a cerca de 1,5 milhão de mortes. Os conselheiros de saúde do regime chinês mantêm sua política de tolerância zero em relação ao vírus, afirmando que a abordagem continua essencial para derrotar a pandemia e ganhar tempo para outras medidas de mitigação. A OMS já se pronunciou em discordância com a política da “Covid zero” enquanto o restante do mundo segue receoso de que novas medidas restritivas sejam necessárias nos demais países.