Manuel Matola
A imigrante angolana Karina Carvalho foi eleita este fim-de-semana para o Membership Accreditation Committee, um órgão consultivo da Transparency International, a mais prestigiante organização de combate à corrupção a nível mundial.
Durante o seu mandato, de três anos, a socióloga vai dedicar-se ao reforço da implementação da Estratégia global da Transparency International 2030.
O anúncio foi feito hoje em comunicado pela associação cívica Transparência e Integridade em Portugal (TI-PT), onde Karina Carvalho é Diretora Executiva.
“O mandato, de três anos, será dedicado a reforçar a implementação da Estratégia TI 2030 através do apoio à capacitação das organizações nacionais, também conhecidas por capítulos, que integram a rede de ONG anti-corrupção com presença em mais de 100 países”, refere a instituição.
Reagindo à eleição, Karina Carvalho explicou no que se vai centrar o seu trabalho nos próximo triénio.
“Os desafios que se nos colocam, exponenciados pela pandemia, exigem que todos os capítulos nacionais da Transparency International trabalhem de forma coordenada e em colaboração permanente, aprendendo uns com os outros independentemente do espaço geográfico que habitamos, uma vez que o Norte Global e o Sul Global são principalmente criados para nos separar e assim enfraquecer a nossa capacidade de lutar por sociedades mais justas e inclusivas”, afirmou.
Karina Carvalho diz acreditar que “diante de tantos obstáculos”, enquanto rede global anti-corrupção, a “Transparency International precisa ter uma voz forte e interventiva, que chegue a toda a gente e em todos os lugares, e para isso é imperativo que as vozes e as mensagens das ONGs que constituem o Movimento se tornem também o lugar da fala dos mais pobres e oprimidos de entre nós”.
Socióloga de formação, Karina Carvalho juntou-se à equipa Transparência e Integridade em maio de 2016, onde, além de gestão da equipa permanente, é responsável pela direção executiva das atividades da associação, coordenação de projetos e advocacia, nomeadamente um de abolição da pena de morte em definitivo na Guiné-Equatorial. (MM)