As primeiras-damas da Moda

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Jill Biden. FOTO: AP ©️

Sona Fati
(Consultora de Imagem, Escritora e Formadora)
Em todos os países as primeiras-damas são naturalmente embaixadoras de Moda do seu país para o mundo. Detentoras de bom gosto e de uma imagem cuidada este título é-lhes reconhecido pelo seu contributo na utilização, eu diria com propósito, de produtos de Moda. Sendo que o mais interessante é que muitas delas conseguem desempenhar esse papel de forma natural pelo seu carisma, elegância, estilo próprio, intenção subliminar do que pretendem comunicar sem atropelar a sua função institucional. O que prova que moda coabita em perfeita harmonia com a política.

Esta relação da Moda e política, mais explorada no feminino, é um poderoso contributo para a industria da Moda permitindo projetar o trabalho de criadores e marcas. No exercício do seu papel como primeiras-dama a par das suas ações e o impacto destas, as primeiras-damas norte americanas são das que a nível mundial mais contribuem com muito estilo e impacto para esta relação informal da Moda e política muito benéfica para industria da Moda em termos económicos e de visibilidade.

Através da imagem das primeiras-damas desde Jackie Kennedy, a Michelle Obama e mais recentemente Melania Trump, sendo que foi com Michele Obama que os designers ganharam destaque em especial os jovens criadores como Jason Wu e Thakoon ambos de origem asiática e residentes nos estados Unidos. Com o seu estilo carismático e simpatia Michelle Obama conseguiu conquistar também através da imagem. Depois veio Melania Trump que apesar de se fazer acompanhar por um presidente muito controverso, o seu estilo sofisticado e elegante nunca passou despercebido. Se Michelle Obama levou para Casa Branca moda e alegria, Melania Trump e a sua imagem de classe, sofisticação e elegância semelhante a Jackie Kennedy no seu tempo levaram luxo.

Em Portugal também tivemos este fenómeno em tempos da presidência de Cavaco Silva. O designer português, nascido em Moçambique Carlos Gil, foi responsável por muitos looks da então primeira-dama Maria Cavaco Silva.

Hoje o mundo está de olhos postos numa senhora comum, professora de profissão que revela não ter grande relação com a moda, ou seja, parece não vibrar com estas questões de imagem, estilo e moda. Todos estão expectantes como Jill Biden, a atual primeira-dama norte americana, vai gerir o legado que as suas antecessoras deixam e que tomou peso, porque moda tem este poder de dominar onde lhe é concedido espaço.

Mesmo que Jill Biden não aparente ter a mesma relação com a moda como teve Michelle Obama e Melania Trump, as suas antecessoras, Jill Biden traz um diferencial que pode espoletar um segmento de mercado que é a Moda sénior feminino. Considerando que a atual primeira-dama tem 69 anos pode surgir uma excelente oportunidade para as marcas e criadores desenvolverem o segmento de mercado de moda para mulheres maduras. (X)

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