O Museu de História Natural de Nova Iorque cancela um evento de homenagem ao Presidente do Brasil, programado para 14 de maio, depois de ter sido alvo de duras críticas.
O evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA pretende nomear Jair Bolsonaro como a “Pessoa do Ano”.
“Queremos deixar claro que o museu não convidou o Presidente Bolsonaro, ele foi convidado como parte de um evento externo”, de acordo com uma declaração publicada no Twitter.
Vários críticos apontaram de imediato a ironia de a figura de Bolsonaro ser celebrada no Museu de História Natural de Nova Iorque, sob a imagem de uma baleia azul que decora um espaço dedicado à vida marinha, quando uma das primeiras medidas que tomou, quando assumiu o cargo de Presidente, foi pôr em risco a protecção da Amazónia.
Uma das primeiras pessoas a criticar o evento marcado para 14 de maio foi o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, considerando que o chefe de Estado brasileiro é “um ser humano muito perigoso”.
“Bolsonaro é perigoso não apenas por causa do seu óbvio racismo e homofobia, mas porque, infelizmente, é a pessoa com maior poder para decidir o que acontece na Amazónia no futuro”, disse De Blasio, num programa da emissora de rádio WNYC, no qual apelou ao Museu de História Natural para que cancelasse a gala.
O evento é realizado anualmente desde 1970 com o objectivo de realçar o trabalho de duas pessoas (uma brasileira e outra norte-americana) “na construção de relacionamentos” entre os EUA e o Brasil.
No ano passado, a gala prestou homenagem ao ex-mayor de Nova Iorque Michael Bloomberg e ao juiz brasileiro Sérgio Moro, actual ministro da Justiça no Governo de Bolsonaro.