Casa do Brasil triste com invasão que faz veicular má imagem no exterior

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Bandeira brasileira rasgada no mastro na Alameda dos Estados, em frente ao Congresso Nacional. Sérgio Lima/Poder360 11.09.2020

Manuel Matola

A presidente da Casa do Brasil em Lisboa, Cyntia de Paula, considera que a invasão aos órgãos de soberania brasileiros pelos apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro faz veicular uma má imagem do país no exterior, sobretudo em Portugal onde os brasileiros são a maior comunidade imigrante.

“Claramente também nos entristece a imagem que mais uma vez é veiculada no exterior sobre a situação no Brasil”, disse Cyntia de Paula quando questionada pelo jornal É@GORA sobre qual é o impacto que a manifestação contra instituições democráticas no Brasil pode ter para a comunidade diaspórica.

Reagindo, Cyntia de Paula não precisou, mas assegurou que a comunidade brasileira em Portugal acompanha “com grande preocupação” os sinais do ataque à democracia que configuram “atos terroristas” praticados “por pessoas fascistas” e “antidemocráticas”.

Por isso, pediu uma resposta firme das autoridades brasileiras contra os manifestantes.

“A nossa expetativa é que essa pessoas sejam punidas; que haja punição para quem coordena, quem financia e para quem instalar sobretudo da depredação do património público”, uma sanção exemplar para que “isto não volte a acontecer”, disse.

Nós últimos quatro anos, Portugal foi um dos maiores palcos de disputa ideológica através de discursos acirrados entre os apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro e do atual chefe de Estado brasileiro Lula da Silva, que acusou o seu antecessor de ser protagonista da manifestação que se assistiu este domingo no Brasil.

“É da responsabilidade dele e dos partidos que o sustentam”, disse Lula da Silva no seu discurso à nação.

Reações a partir de Lisboa

De Portugal onde também surgiram outras reacções contra as instituições que representam e simbolizam a democracia brasileira.

Por um lado, da presidência da Comunidade dos Países de Língua portuguesa (CPLP), com sede na capital portuguesa, Lisboa, que expressou “a mais vigorosa e firme condenação aos atos anti-democráticos que estão a ser praticados no Brasil”.

Em nota, o chefe de Estado angolano, João Lourenço, reagiu aos acontecimentos de hoje na qualidade de Presidente “pro tempore” da CPLP e na de considerando as manifestações de “lamentáveis e reveladoras de um elevado grau de intolerância não compatível com as regras do jogo democrático, em que
os resultados legitimados pelo voto popular devem ser reconhecidos e aceites
por todos”.

Segundo João Lourenço, “as eleições recentemente realizadas no Brasil foram reconhecidas mundialmente como livres, justas e transparentes, não fazendo assim qualquer sentido as reivindicações actuais. Expresso a minha convicção de que o Governo brasileiro, com o qual estamos solidários, exerçam a sua autoridade e reponham sem demora a ordem democrática no país”, lê-se na nota enviada ao jornal É@GORA.

Já o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, classificou a invasão contra as sedes do poder em Brasília
como “atos inadmissíveis e intoleráveis em democracia”.(MM)

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