Coreón Dú estreia-se em Lisboa: “Que seja uma noite divertida para todos”

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O músico angolano Coréon Dú

Rodrigo Lourenço

O mês de Outubro trouxe a notícia que todos os setores há muito esperavam e queriam ouvir: o fim do limite de capacidade dos estabelecimentos. Com Portugal a entrar na última fase do des-confinamento, os espaços culturais, os bares e as discotecas podem abrir portas como faziam antes da pandemia. No entanto, a apresentação do certificado de vacinação à entrada destes estabelecimentos e o uso de máscara no interior são práticas que ainda fazem parte do dia-a-dia nestes espaços.

Com a reabertura destes espaços, as confirmações de eventos surgiram de forma quase imediata. E um desses eventos para os próximos dias tem como protagonista Coréon Dú. O músico angolano volta a pisar um palco português já no próximo sábado. O Espaço Espelho D’Água recebe o artista para apresentar o mais recente álbum, “Love Infinity”.

“É interessante porque o álbum saiu no ano passado. Vai ser a primeira vez que vou apresentar músicas do álbum num espetáculo ao vivo. O que eu vou fazer é um espetáculo que será, de facto, o meu primeiro espetáculo em Lisboa. Porque eu não nunca me tinha apresentado com um espetáculo na cidade. Já tinha feito pequenas participações em televisão, mas a única vez que fiz um concerto em Portugal foi em Braga”, revela Coréon Dú em entrevista ao jornal É@GORA.

Com estreia marcada na capital portuguesa para dia 9 de outubro, o músico angolano conta que o público português tem um peso significante ao nível das reproduções, e mostra-se expectante para o reencontro com os fãs em Portugal.

“Durante a minha carreira musical sempre houve um fator curioso que é: Portugal está sempre entre os países do top 5 a nível de streaming. Só que tinha poucas oportunidades de vir cá fazer atuações ou recebia poucos convites. Mas das poucas vezes que tive essa oportunidade sempre recebi um imenso carinho do público de cá. Será muito interessante pois será a primeira vez que terei o contacto com pessoas que ouvem a minha música, seguem o meu trabalho, mas nunca tivemos um contacto pessoal. Estou ansioso porque eu sou um artista live”, diz.

Desde cedo habituado a estar em palco, muito por culpa do percurso que fez – desde cantar na igreja e fazer teatro musical na escola -, Coréon Dú sublinha a importância do contacto com o público e a relação entre o artista e a plateia.

“Ter contacto com quem gosta ou se interessa pelo nosso trabalho é uma ótima oportunidade não só para ter um contacto com o público, mas também para conhecer porque cada público é diferente. E eu que já tive a oportunidade de tocar em vários países com culturas distintas, gosto sempre de conhecer este lado”, afirma.

E há umas das “parte da magia” que mais o cativa: É “ver como é que as pessoas absorvem e consomem música nesse contexto. Não só por já estar há algum tempo fora dos palcos tal como todos os meus colegas por causa da pandemia, mas também pelo facto de que cada público é distinto. Tem as suas particularidades e nuances. E acho que isso também é o lado mais interessante do ser músico. Cada público é diferente, e a parte da magia é essa”, refere, prosseguindo.

“Às vezes as pessoas acham que a música ao vivo é uma comunicação unilateral em que o artista está a comunicar só com um lado, mas é uma coisa mútua. Eu estaria a comunicar com o público e eles comigo. E é isso que torna cada concerto e cada atuação diferente mesmo que o reportório seja exatamente o mesmo, mas acaba por ser diferente só por essa interação”.

“Love Infinity” é o último álbum do músico de 37 anos e tem o amor como o ponto de partida para 18 faixas que refletem a complexidade de um sentimento capaz de proporcionar momentos bons e maus, como o próprio defende. Neste trabalho é possível ouvir as várias fases e lados do amor.

“O amor é complexo e tem infinitas possibilidades. Já cantei várias vezes sobre o amor no passado e foi um pouco o que me inspirou a fazer este álbum, com esse título. Porque notei que um dos fios condutores da minha obra musical é que eu falo sempre sobre vários aspetos, mas que estão ligados ao amor. Seja o lado bom, mau e feio do amor. Às vezes as pessoas quando pensam em músicas sobre amor pensam que vai ser sempre muito romântico, muito cor de rosa. E às vezes a parte que mais me interessa é cantar não só sobre essa parte”, considera sobre o “Love Infinity” onde fala, por exemplo, sobre o amor à fraternal, familiar, amor divino, o amor entre a sociedade.

“E também obviamente a parte romântica que tem várias facetas. Tanto a parte mais positiva como os dissabores que também traz. Eu acho interessante e decidi abordar de forma mais assertiva e direta essas várias fases e momentos do amor que fazem parte das nossas vidas”, frisa.

A poucas horas de atuar no palco do Espaço Espelho D’Água, Coréon Dú já delineou o alinhamento de músicas que vai apresentar ao público na noite de sábado. Com um álbum acabado de lançar composto por 18 temas, o cantor garante, entretanto, que “não irá tocar todas as músicas do álbum”.

“Visto que há algumas pessoas que já conhecem mais o meu reportório que vão estar presentes e também pessoas novas que vão ouvir-me pela primeira vez, eu tento sempre equilibrar entre algumas músicas do meu reportório tendo em conta a ocasião e também ter obviamente músicas do ´Love Infinity` que é o meu trabalho mais recente”, afirma.

Com a abertura de portas marcada para as 20:00, o evento é constituído por um jantar seguido da atuação de Coréon Dú. Para a noite de sábado, o cantor angolano mostra-se positivo para a atuação junto ao rio Tejo.

“Espero que seja uma noite divertida para todos os que participem. Como em todas as minhas apresentações vai haver muito amor, porque para mim é sempre um grande prazer ter a oportunidade de conviver com o público que aprecia música. E como sou bastante eclético a nível musical e também irei apresentar esta variedade de opções para consumir o amor musicalmente”, assegura. (RL)

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