O comentador político Luís Marques Mendes considerou injusta a decisão do governo deixar de fora a diáspora portuguesa na suspensão do pagamento de créditos à habitação, devido à Covid-19, e apelou para “uma pequena correção” nessa matéria.
No habitual comentário na televisão SIC, Marques Mendes lembrou que o Conselho de Ministros aprovou recentemente uma moratória no crédito à habitação às empresas e famílias portuguesas com quebra de rendimentos pela crise provocada pelo surto de Covid-19, mas a decisão excluiu alguns portugueses:
“Os emigrantes que também têm crédito à habitação e também têm casas em Portugal, (os que) não vivem cá mas contraíram empréstimos cá”, disse Marques Mendes, apesar de elogiar a medida que implica a suspensão quer de capital quer de juros por seis meses, até 30 de setembro.
“O governo decidiu uma moratória no crédito à habitação. Muito bem, pagar mais tarde o crédito à habitação, mas ficaram de fora os emigrantes”, por isso “acho que não era justo deixar os emigrantes de fora”, referiu o analista político, apontando a importância da diáspora portuguesa.
“Nós passamos a vida a elogiá-los, passamos a vida a incentivar as suas poupanças. Eles veem para cá e depois deixá-los de fora…Sugeria uma pequena correção aí, que era de elementar justiça”, afirmou Marques Mendes.
Em conferência de imprensa, no dia 26 de março, o ministro da Economia, Siza Vieira, explicou que “esta medida permite às famílias e empresas ficarem aliviadas de um esforço significativo dos próximos tempos”.
Segundo o governante, nos créditos à habitação, a suspensão dos pagamentos é válida para créditos de habitação própria permanente e os clientes que beneficiem das moratórias nos empréstimos não ficarão marcados como devedores em dificuldades.
De acordo com o titular da pasta da Economia, a totalidade dos créditos que podem ter moratórias representam um valor total de 20 mil milhões de euros.
Em comunicado, o Conselho de Ministros assinalou que “o sistema financeiro tem um especial dever de participação neste esforço conjunto pela sua função essencial de financiamento da economia”. (MM e Lusa)