Consultora Nutricional
“Na realização do 7º Encontro Científico da Associação Portuguesa de Osteoporose (APO), que ocorreu este ano de 2020, o tema escolhido para a Conferência foi: “A saúde óssea em tempos de pandemia”.
O QUE É A OSTEOPOROSE?
A osteoporose é uma doença que afeta o esqueleto, tornando os ossos mais finos e fáceis de fraturar. Acontece devido à redução da massa óssea, pois desta forma os ossos ficam mais porosos e quebradiços.
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS?
A fratura dos ossos – especialmente do punho, vértebras ou anca – principal consequência da osteoporose. Com efeito, a perda da qualidade de vida e a dependência de terceiros são também um incômodo desta doença.
QUEM PODE TER OSTEOPOROSE?
As mulheres a partir da menopausa são o grupo em maior risco. Mas, a partir dos 65 anos, tanto homens como mulheres podem ser afetados; ainda que nem todos os sejam, existe “osteoporose secundária” – atinge pessoas com doença renal, hepática, endócrina, hematológica ou que usam alguns medicamentos.
“É POSSÍVEL VIVER LONGAMENTE SEM SINAIS DE OSTEOPOROSE”
O QUE DETERMINA O RISCO?
Algumas pessoas têm maior probabilidade que outras de vir a desenvolver osteoporose. Alguns são genéticos ou fazem parte da história de cada um e não podem ser alterados, mas outros resultam de estilos de vida.
Há um conjunto de fatores que influenciam e favorecem o desenvolvimento da Osteoporose.
1. Menopausa – com a interrupção da menstruação: nesta fase ocorre diminuição dos níveis de estrógeno (hormona feminina), que é fundamental para manter a massa óssea.
2. Envelhecimento: a perda de massa óssea aumenta com a idade.
3. Hereditariedade: a osteoporose é mais frequente em pessoas com antecedentes familiares da doença.
4. Dieta pobre em cálcio: o cálcio é fundamental na formação óssea. Sua obtenção a partir da alimentação é imprescindível para prevenir a osteoporose.
5. Excesso de fumo e álcool: tem-se observado maior incidência de osteoporose entre as pessoas que consomem álcool e fumo em excesso.
6. Imobilização prolongada: o exercício físico constitui um importante estímulo para a formação e o fortalecimento dos ossos. Grandes períodos de imobilização e a falta de exercícios podem levar à osteoporose.
7. Medicamentos: alguns medicamentos favorecem à redução da massa.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
A osteoporose pode existir durante vários anos até que surjam os primeiros sintomas. Quando estes surgem, a doença encontra-se bem avançada.
MUITA ATENÇÃO:
Fraturas resultantes, ou não, de quedas pouco aparatosas.
Perda de altura superior a 2,5 centímetros
Curvatura das costas com aparecimento de corcunda e ombros descaídos para a frente.
Dor nas costas intensa, súbita, sem motivo e que se prolonga.
“NA PRESENÇA DESTES SINTOMAS, NÃO HESITE: PROCURE O SEU MÉDICO. EXISTEM MUITOS TRATAMENTOS DISPONÍVEIS E FORMAS DE AJUDAR A IMPEDIR A PROGRESSÃO DA DOENÇA.”
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS?
Em face da osteoporose instalada e adequadamente diagnosticada, faz-se necessário, na maioria das vezes, recorrer a medicamentos, pois estes que irão atuar em diferentes mecanismos do metabolismo ósseo, coadjuvados de cálcio e vitamina D, podendo estes elementos vir da dieta ou de suplementos. Cabe ressaltar o acompanhamento correto por um especialista.
COMO PREVENIR A OSTEOPOROSE?
Quanto mais cedo começar a prevenir a osteoporose maior será a probabilidade de evitá-la ou de, pelo menos, diminuir a sua principal consequência – “as fraturas”. Embora esta doença possa surgir com a idade, nem todas as pessoas a desenvolvem. Ou porque a genética as protege, ou porque preveniram a doença. Cabe salientar que a “formação e regeneração do osso” não se processa da mesma forma ao longo da vida.
As “Crianças e Adolescentes”: existe a necessidade de desenvolver ao máximo a massa óssea para garantir um pico elevado capaz de assegurar ossos fortes e saudáveis ao longo de toda a vida. Aos “Adultos” é importante garantir a saúde dos ossos e evitar a perda de massa óssea prematura. Já aos “Idosos” é necessário assegurar a reposição de cálcio nos ossos e atrasar a perda de massa óssea de maneira a sustentar a mobilidade e a independência.
Medidas de Prevenção
Vitamina D – é produzida na pele após exposição solar e desempenha um papel determinante na saúde dos ossos, já que é responsável por favorecer a absorção do cálcio nos intestinos. Ou seja, sem vitamina D o cálcio não vai para onde é mais necessário – os ossos – perdendo-se no organismo. Atualmente os indivíduos estão a passar cada vez mais tempo em ambientes fechados (menos deslocações a pé, crianças e jovens a interagir menos ao ar livre) os défices de vitamina D podem assumir níveis preocupantes. Recomenda-se a “exposição solar diária entre 10 e 20 minutos”, com cuidados para evitar queimaduras solares.
Cálcio – é um dos minerais de que o corpo humano mais necessita, sendo que a maior parte (95%) encontra-se nos ossos e dentes. Além disso, todas as células necessitam dele para realizarem as suas funções, sendo também fundamental para a coagulação sanguínea, contração muscular e transmissão de impulsos nervosos. Como o nosso organismo não o fabrica, quando não há ingestão das quantidades necessárias então vai buscá-lo aos ossos. A principal consequência é evidente: redução da massa óssea. Tenha uma alimentação rica em cálcio – o leite e seus derivados são as melhores fontes, mesmo desengordurados.
A prática de exercício físico é fundamental para uma vida saudável em geral e torna-se particularmente importante no que tange a garantir resistência óssea e força muscular. Durante a fase de formação dos ossos, bem como logo depois (até aos 30-35 anos), o exercício ajuda a obter um bom pico de massa óssea. A partir desta idade, contribui para evitar a sua perda. Além disso, ajuda a melhorar o equilíbrio, a postura e os reflexos. Em conjunto, estes benefícios vão ajudar, a partir dos 50 anos, a reduzir quedas e a prevenir fraturas.
Tenha hábitos saudáveis – sabe-se que o efeito do fumo do tabaco e o consumo excessivo de álcool prejudicam a saúde dos ossos, contribuindo para o seu enfraquecimento. O tabaco, por exemplo, atrasa a regeneração óssea e o álcool em excesso aumenta o risco de fraturas a longo prazo, porque afeta as células e as hormonas responsáveis pela formação óssea.
Alimentos Ricos em Cálcio
Amêndoa, Brócolos, Bolo de trigo, Couve-manteiga, Castanha do Pará, Coalhada, Figos secos, Farinha de peixe, Farinha de soja, Feijão branco, Flocos de cereais, Leite de cabra, Leite de vaca desnatado, Leite integral, Leite em pó desnatado, Iogurte natural, Queijo tipo Edam, Queijo minas frescal, Queijo parmesão, Queijo prato, Tofu com adição de cálcio, Sardinha em conserva com azeite
Alimentos Ricos em Vitamina D
Óleo de fígado de bacalhau, Óleo de salmão, Salmão, Leite fortificado, Ovo cozido, Sardinha em conserva com azeite, Atum em conserva com azeite. (X)
Data da última revisão: 11 de novembro de 2020
Fontes consultadas:
Instituto Português de Reumatologia
http://www.ipr.pt/index.aspx
Sociedade Brasileira de Reumatologia
Sociedade Portuguesa de Reumatologia
http://www.spreumatologia.pt/doencas/osteoporose
https://observador.pt/especiais/em-tempos-de-pandemia-os-ossos-
tambem-sao-para-cuidar/
International Osteoporosis Foundation
https://www.iofbonehealth.org/diagnosing-osteoporosis
Muito bom o texto! Como sempre!
Caro Paulo Fernando,
Obrigada pelo feedback.
Atenciosamente,
Michele Miranda