Precidónio Silvestre e Manuel Matola
Pelo menos 700 cidadãos moçambicanos e portugueses, incluindo 114 passageiros que estiveram retidos desde março em Portugal, devido à Covid-19, já foram repatriados para Moçambique, para onde seguiu na noite desta terça-feira o quarto voo organizado pelo governo de Maputo.
O grupo de 114 passageiros – 113 adultos e 1 criança – que embarcaram esta terça-feira poderá aterrar no Aeroporto Internacional de Mavalane pelas 8:00 de quarta-feira, num voo da companhia aérea de bandeira nacional, LAM que pela primeira vez entrou no espaço europeu desde que foi banida em 2011.
A aeronave das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) veio de propósito para acudir à situação, especialmente, de estudantes que ainda se encontram em Portugal e que esperam, há meses, para retornarem à pátria, pelo que não se trata de retorno oficial da transportadora aérea moçambicana ao espaço europeu, disse uma fonte da empresa em contacto com o jornal É@GORA, em Maputo.
Segundo a LAM, no aparelho segue também mercadoria de material sanitário.
Em resposta à pergunta do jornal É@GORA, a embaixada moçambicana em Lisboa estimou que, a contar com o voo da LAM desta terça-feira, já são “cerca de 700 pessoas” os moçambicanos e portugueses repatriados devido à pandemia de Covid-19.
“Em finais março tivemos um registo de 72 pessoas que manifestaram vontade de ser repatriadas. Organizou-se o primeiro voo de repatriamento e levou 210 pessoas: 197 passageiros e 13 membros da tripulação. Este voo teve lugar a 3 de maio”, disse a fonte diplomática.
“No voo do dia 16 de Julho embarcaram 141 passageiros, dentre moçambicanos e portugueses residentes em Moçambique”, entretanto, “no voo do dia 23 de julho embarcaram 248 passageiros. Para o voo de hoje em princípio embarcam 114 passageiros”, o que significa que “nos 4 vôos de repatriamento já foram repatriadas cerca de 700 pessoas”, estimou.
Para desmistificar quaisquer interpretações enganosas, a companhia aérea de bandeira moçambicana assegurou que o voo é exclusivamente humanitário e mercê de diligências no quadro diplomático, mesmo para responder às necessidades determinadas pela nova crise mundial, que levam a que cidadãos fiquem retidos nos países anfitriões.
Entretanto, fonte das LAM contava com mais de 200 tripulantes neste voo, pelo que considerou o processo delicado.
“É que ninguém vai querer ficar em terra”, até porque “não há previsões de mais um voo” para além do que chega quarta-feira a capital moçambicana, disse.
Segundo a embaixada, neste voo terão seguido não só cidadãos mocambicanos que se encontram em Portugal como também outros residentes em países vizinhos, cujas fronteiras estejam a funcionar.
Além de “moçambicanos e estrangeiros residentes em Moçambique, temos registo de pelo menos dois portugueses e uma francesa” que partiram no voo desta terça-feira, disse fonte da embaixada de Moçambique em Lisboa. (PS e MM)