Cris Duarte, de advogada à pintora-ativista pela preservação dos oceanos

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A brasileira Cris Duarte abandonou a profissão de advogada e abraçou a pintura como projeto de vida

Manuel Matola

A brasileira Cris Duarte acredita no poder comunicacional das artes digitais, pelo que após abandonar a profissão de advogada abraçou a pintura como projeto de vida e decidiu usar uma área imersiva com projeções de imagens e sons do oceano para transmitir uma mensagem global sobre a importância de preservação dos oceanos.

“A ideia é que as pinturas gerem um sentimento de amor pelos oceanos no público”, diz Cris Duarte a propósito de uma mostra que faz parte do projeto “Cidades na Década do Oceano”, uma exposição gratuita que decorre na cidade brasileira de Rio de Janeiro e que procura promover “um diálogo com a realidade mundial” através dos desafios que atravessam os oceanos.

Em suas obras, a ex-advogada, atualmente artista visual, explora temas como uma praia, o mar revolto, um céu incrível, um recife de corais, o reflexo da água ou um veleiro em alto-mar.

A exposição, que tem o endosso da Década do Oceano (2021/2030), coordenada pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO, transcende o plano artístico, pois conta com uma programação que tem várias vertentes: a exposição de quadros, artes digitais, instalação com esculturas feitas com materiais recicláveis, performances e extensa programação de oficinas e palestras.

“Quero usar a arte para chamar a atenção para este tema maior, que é a sustentabilidade, e que envolve ciência, política, tecnologia e ações governamentais”, refere Cris Duarte em nota enviada ao jornal É@GORA na qual diz acreditar que “a arte tem importante papel nesta empreitada como um dos canais eficazes para transmitir ideias e informações, despertando no público a conscientização sobre a questão da preservação dos oceanos”.

Desde o dia 09 de setembro e durante um mês , está exposta no Caminho Niemeyer, um complexo arquitetónico voltado para a cultura, projetado há duas décadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, uma série de obras da artista plástica radicada em Niterói, nomeadamente suas artes digitais.

Até lá pode-se assistir num daqueles espaços localizados nos bairros litorâneos na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, a uma programação que é dividida em cinco frentes: a exposição de quadros da série “Mares e Corais”, com 37 pinturas da artista visual niteroiense Cris Duarte.

Há também uma área imersiva com projeções de imagens e sons do oceano; instalação de esculturas feitas com materiais recicláveis; apresentação de uma performance onde artistas irão reverberar a experiência oceânica da exposição através de seus corpos, além de extensa agenda de palestras e oficinas sobre ciência oceânica.

A exposição é promovida pela Prefeitura de Niterói e pela Secretaria Municipal das Culturas, com produção do Centro de Investigação Artística. No entanto, a mostra que chega ao Caminho Niemeyer, que corealiza o evento em Niterói, é parte integrante de um projeto maior: “Cidades na Década do Oceano”, que integra a agenda global da “Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável”, coordenada pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A responsável pela curadoria da exposição, Márcia Marschhausen, citada na nota, diz que que neste trabalho Cris Duarte, advogada e pintora “promove um diálogo com a realidade mundial, provocando a reflexão sobre os limites de atuação do artista e sobre o conceito de vanguarda” – a sustentabilidade e preservação dos oceanos. No limite, a dos seres vivos.

A presidente do Grupo Executivo do Caminho Niemeyer, Bárbara Siqueira, fala sobre o papel que este espaço público, localizado no centro da cidade de Rio de Janeiro, tem em atrair não só os niteroienses, como também os turistas, promovendo cruzamento entre o “entretenimento, cultura e lazer para todos” a nível global. (MM)

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