
O diplomata nigeriano Tijjani Muhammad-Bande foi eleito presidente da Assembleia-geral da ONU, sucedendo no cargo, a partir de Setembro, à equatoriana Maria Fernanda Espinosa, que foi a primeira mulher latino-americana a dirigir este órgão. avançou a Luso.
O embaixador Tijjani Muhammad-Bande, atual representante permanente da Nigéria junto das Nações Unidas, assumirá o cargo durante um ano a partir do próximo mês de setembro, quando termina a 73.ª sessão da Assembleia-geral.
A Assembleia-geral da ONU, composta por 193 Estados-membros, aprovou a nomeação de Tijjani Muhammad-Bande por aclamação.
O diplomata nigeriano era o único candidato ao cargo e o seu nome foi acordado pelos Estados africanos segundo o princípio de rotatividade geográfica.
Nas primeiras declarações após a eleição, Tijjani Muhammad-Bande apontou o ambiente e as alterações climáticas como uma área prioritária.
O diplomata também irá presidir a Assembleia-geral da ONU durante os preparativos para as comemorações do 75.º aniversário da ONU, assinalado no outono do próximo ano, efeméride que deverá servir, segundo frisou o próprio, para “reduzir a falta de confiança entre as nações”.
“Todos partilhamos as mesmas aspirações e não temos outra opção que é trabalharmos juntos”, enfatizou o diplomata nigeriano, no seu discurso diante dos representantes dos 193 Estados-membros.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também felicitou Muhammad-Bande, lembrando ao 74.º presidente da Assembleia-geral da ONU que terá de lidar com uma agenda muito intensa, que arranca em setembro com várias cimeiras internacionais.
Nascido em 1957, Muhammad-Bande é o embaixador da Nigéria junto da ONU desde 2016, onde já foi vice-presidente da Assembleia-geral e presidente do comité especial das operações de manutenção da paz.
Muhammad-Bande será o segundo nigeriano a dirigir este principal órgão deliberativo da organização, após o major-general Joseph Nanven Garba, entre 1989 e 1990.
Os poderes do presidente da Assembleia-geral incluem a supervisão do orçamento da ONU, a nomeação dos membros não-permanentes para o Conselho de Segurança e a condução do processo de nomeação do secretário-geral da ONU, segundo informações disponíveis no ‘site’ da organização internacional.
Outras atribuições incluem receber relatórios de outras áreas das Nações Unidas, fazer recomendações na forma de resoluções, bem como estabelecer vários órgãos subsidiários, de acordo com a mesma fonte.
O mandato anual do presidente tem início em setembro e é rotativo entre os cinco grupos geográficos: África, Ásia-Pacífico, Europa Oriental, América Latina e Caraíbas, Europa Ocidental e outros.
O professor catedrático e político português Diogo Freitas do Amaral foi presidente da 50.ª Assembleia-geral da ONU entre setembro de 1995 e setembro de 1996.