Manuel Matola
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, considera Portugal um “país de acolhimento aberto”, mas apela, no Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial, que o país se torne “menos desigual, mais diverso e inclusivo”, sobretudo, “num tempo desafiante, marcado pela covid-19 e pelo acentuar das desigualdades na sociedade portuguesa”.
Numa mensagem para assinalar o 21 de março, efeméride que lembra o massacre de Sharpeville, na África do Sul, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu menos crispação na sociedade portuguesa e fala da necessidade de haver maior “compreensão mútua”.
“Num tempo desafiante, marcado pela covid-19 e pelo acentuar das desigualdades na sociedade portuguesa, importa, mais do que nunca, não abrirmos mão do diálogo e de uma convivência pacífica e amigável, unidos na convicção de que aquilo que nos une supera aquilo que nos separa”, escreve numa mensagem publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Segundo o chefe de Estado português, também “mais do que nunca”, há que ambicionar “um Portugal menos desigual, mais diverso e inclusivo, onde todos possamos aspirar a um futuro mais próspero”.
“Nas nossas vidas particulares, importa que a animosidade e o preconceito deem lugar à serenidade, à amizade, à boa vizinhança e à compreensão mútua”, afirma.
Marcelo Rebelo de Sousa faz um apelo à união “em torno deste desígnio”.
“As feridas que nos separam são também as feridas que nos unem. Que possamos sará-las sem medo e com esperança. Que possamos, neste dia, invocar o que nos aproxima e recordar a nossa condição comum”, acrescenta.
Segundo o Alto Comissariado para as Migrações (ACM), Portugal atendeu, em quase duas décadas, “mais de três milhões de imigrantes” que solicitam resposta a diferentes dificuldades sentidas no seu processo de integração em Portugal. Este número representa pouco mais de um por cento do total dos migrantes internacionais no mundo, estimado em 272 milhões, segundo o Relatório Global da OIM-2020.
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 21 de março como Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial evocando o massacre de Sharpeville, na África do Sul, onde em 1960, a polícia sul-africana abriu fogo e matou 69 pessoas numa manifestação pacífica contra legislação do regime do apartheid, de segregação racial. (MM e Lusa)