Manuel Matola
O antigo primeiro-ministro guineense Domingos Simões Pereira vai ser candidato às eleições primárias visando às presidenciais de 24 de novembro na Guiné-Bissau, foi hoje anunciado no início da Conferência de militantes e simpatizantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) na diáspora europeia, que decorre em Lisboa.
A confirmação foi dada na presença do próprio presidente daquela força política da Guiné-Bissau, que realiza o encontro sob lema “Resgatar o Sonho Guineense e Projetar o Desenvolvimento da Guiné Bissau”.
No no final do encontro, Domingos Simões Pereira disse, em declarações ao jornal É@GORA, estar disponível para se candidatar ao escrutínio interno do partido, mas remeteu a decisão para os órgãos colegiais do PAIGC, do qual é presidente, que irão fazer a escolha do futuro candidato às presidenciais do corrente ano na Guiné-Bissau.
Domingos Simões Pereira, de 56 anos, é presidente do PAIGC, criado por Amílcar Cabral, e exerceu o cargo de primeiro-ministro daquele país africano entre 3 de julho de 2014 e 20 de agosto de 2015, ano em que foi afastado da função depois de divergências com Presidente guineense, José Mário Vaz.
Domingos Simões Pereira é um dos políticos mais respeitados a nível da CPLP, organização de que foi secretário executivo entre 2008 e 2012, antes de assumir o cargo de primeiro-ministro na Guiné-Bissau.
Formado em engenharia Civil e Industrial pelo Instituto de Engenharia de Odessa, na Ucrânia, e em Ciências da Engenharia Civil (nível de mestrado) pela Universidade norte-americana da Califórnia, o engenheiro Domingos Simões Pereira, como é cordialmente tratado, também estudou Ciência Política na Universidade Católica de Portugal (nível de doutoramento).
Antes de assumir o secretariado executivo da CPLP, cargo que o tornou num dos jovens líderes mais apreciados pelos chefes de Estado e de Governo da organização lusófona e o promoveu a nível mundial, Domingos Simões Pereira exerceu diversas funções governamentais que possibilitaram a sua fácil eleição nas legislativas de 2014 na Guiné Bissau.
Em 2006 foi conselheiro do primeiro-ministro da Guiné Bissau para as Infra-estruturas, ao abrigo de um projeto financiado pelo Banco Mundial. No mesmo ano e até 2008, foi secretário-geral da Caritas da Guiné Bissau.
Anteriormente, entre 2004 e 2005, foi ministro das Obras Públicas, Construções e Urbanismo, e também ocupou o pelouro do Equipamento Social na Guiné Bissau e entre 2002 e 2003.
De 1999 a 2000, foi assistente técnico para a Célula de Apoio ao Ordenador Nacional do Fundo Europeu de Desenvolvimento, tendo no ano anterior assumido por um ano cargos de direção na área da Viação e Transportes Terrestres, Estradas e Pontes, e igualmente no Laboratório de Engenharia Civil, em Bissau.
Em 2017, Domingos Simões Pereira tomou posse como membro da Academia Internacional de Cultura Portuguesa.
O político passou a ser o segundo guineense a integrar aquela associação, enquanto membro correspondente, depois de Carlos Lopes, antigo secretário-geral adjunto das Nações Unidas. (MM)