Manuel Matola
O candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira, venceu nos cinco círculos eleitorais da Europa, incluindo Portugal, onde a diáspora guineense votou no passado domingo para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, disse esta terça-feira ao Jornal É@GORA fonte da embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa.
“O mais votado foi o engenheiro Domingos Simões Pereira. Ganhou na Europa. Em Portugal, o engenheiro Domingos Simões Pereira obteve 981 votos. Umaro Sissoco Embaló 217. O Presidente cessante José Mário Vaz 138”, afirmou Duarte Nunes, responsável pelo grupo técnico que supervisiona o ato eleitoral em Portugal.
Ao todo, foram 1.487 os cidadãos guineenses que votaram nas presidenciais do passado domingo em sete mesas de assembleia de voto espalhadas pela Grande Lisboa, onde estavam inscritos 2.213 votantes, referiu o responsável pela equipa de supervisão das eleições.
Os dados definitivos dos cinco círculos da diáspora europeia, que elege um dos dois representantes – África um deputado e Europa outro – foram fornecidos ao jornal É@GORA após um encontro realizado na tarde desta terça-feira na embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa e que juntou elementos da comissão eleitoral e de uma equipa do Ministério Público guineenses. A reunião tinha como objetivo fazer o apuramento final dos resultados da votação.
De acordo com a lei eleitoral guineense, o grupo de três magistrados da Procuradoria Geral da Guiné-Bissau só pôde intervir na fase do apuramento final dos resultados, apesar desta já estar no território português desde o início do processo eleitoral.
Para Portugal, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau montou uma estrutura encabeçada por três pessoas – um presidente, diretor de serviço e secretário – responsáveis pela supervisão de toda uma equipa ligada ao processo eleitoral.
Além de Portugal, a nível da Europa, o escrutínio decorreu na Inglaterra, França, Luxemburgo e Espanha, onde reside grande parte da comunidade guineense no continente europeu.
Mas “não tenho” resultados dos outros quatro círculos eleitorais, onde a diáspora guineense aí residente também participou nas eleições presidenciais, disse Duarte Nunes, que é igualmente primeiro secretário da Guiné-Bissau em Portugal.
Apesar de a Comissão Nacional de Eleições na Guiné-Bissau só divulgar os resultados das eleições presidenciais na quarta-feira, às 10:30, numa unidade hoteleira de Bissau, o líder do PAIGC admitiu esta terça-feira a possibilidade de o pais realizar uma segunda volta, pelo que já solicitado apoio ao partido APU-PDGB.
Em carta endereçada a Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Domingos Simões Pereira começa por agradecer aos guineenses por “elevado grau de civismo” com que exerceram o seu direito cívico na votação e logo de seguida fala da eventualidade de uma segunda volta face a dificuldade de escolha, à primeira, de um entre uma dúzia de candidatos que constavam do boletim de voto.
“Em decorrência das eleições presidenciais, realizadas no passado dia 24 de novembro do corrente mês, está em curso o apuramento nacional das mesmas, podendo ocorrer a necessidade de uma 2ª volta em que, provavelmente, o candidato do nosso partido poderá apurar-se”, lê-se na missiva a que o jornal É@GORA teve acesso.
No total, 770 mil os eleitores de dentro e fora da Guiné-Bissau foram chamados às urnas para escolher o próximo presidente guineense.
Dos 12 concorrentes, os principais eram o atual Presidente José Mário Vaz e dois ex-primeiros ministros: Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló, que deverão disputar o segundo turno da eleição que indicará o novo chefe de Estado da Guiné-Bissau. (MM)