“Fake News e a imigração em Portugal” junta representantes da ONU, União Europeia e do governo

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Manuel Matola

As “Fake News e a imigração em Portugal” é o tema da primeira sessão de um ciclo de tertúlias virtual que vai juntar esta terça-feira os responsáveis pela Organização Internacional das Migrações, da Representação da Comissão Europeia e a Secretária de Estado para a Integração e Migrações em Portugal, Cláudia Pereira.

Em nota divulgada, a Casa do Brasil de Lisboa anunciou que está a desenvolver um ciclo de tertúlias denominado “Contra mitos muitos argumentos”, que se insere no âmbito do Projeto #MigraMyths – Desmistificando a Imigração, financiado pelo Programa de Apoio ao Associativismo Imigrante (PAAI), gerido pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM).

Entre os convidados para a primeira sessão online, a Casa do Brasil contará com a presença da Secretária de Estado para a Integração e Migrações, bem como da Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Colares Alves, e do ponto focal do Programa de Apoio ao Retorno Voluntário da Organização Internacional das Migrações em Portugal, Luís Carrasquinho.

O projeto Migra Myths foi criado pela Casa do Brasil em Lisboa com o objetivo de “desconstruir mitos, estereótipos e preconceitos, bem como combater as fake news relacionadas a imigração em Portugal. Além disso, pretende-se sensibilizar toda a comunidade para importância de se promover a igualdade de oportunidade e os direitos das pessoas migrantes”.

Citada recentemente pelo jornal Público, Ana Paula Costa, da direção da Casa do Brasil, e uma das responsáveis do projeto, referiu que a iniciativa visa trabalhar maioritariamente nas redes sociais a partir de publicações e vídeos com dados sobre imigração em Portugal, “desconstruindo estereótipos, trazendo histórias de vida e os problemas que os trabalhadores enfrentam em Portugal”.

A ideia de avançar com o Migra Myths surgiu quando se perceberam de um “aumento da tensão nas redes sociais e um aumento de informações que não são verdadeiras com o objetivo de influenciar a perceção que os portugueses têm dos imigrantes”, explicou a ativista.

No relatório Reuters Digital News Report 2020, Portugal é descrito, no conjunto dos 40 mercados analisados, como o país onde mais se confia em notícias a par da Finlândia, com 56% dos portugueses a dizer confiar em notícias em geral.

De acordo com o documento, Portugal é também, entre os 40 países inquiridos no âmbito do Reuters Digital News Report 2020, dos estados membros da União Europeia onde os cidadãos “continuam a aceder frequentemente a notícias ao longo do dia (um quarto dos inquiridos acede a notícias pelo menos 6 vezes por dia), independentemente do formato”.

Contudo, nas quatro dezenas dos países analisados, “a confiança média em notícias caiu, entre 2019 e 2020, 5 pontos percentuais, dos 42% para os 37% sendo que no caso do nosso país se registou também uma quebra, ainda que francamente menor, na ordem dos 1,4 pp. Como observado em anos anteriores, a confiança generalizada em conteúdos noticiosos não se reflete nos casos específicos dos motores de busca e das redes sociais. Cerca de 4 em cada 10 portugueses dizem confiar em notícias em motores de busca face a menos de 3 em cada 10, que afirmam confiar em notícias em redes sociais”, lê-se no documento, a que o jornal É@GORA teve acesso. (MM)

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