
O número de mulheres estrangeiras que residem em Portugal aumentou 34 por cento na última década, sendo as cinco nacionalidades mais representativas em 2019 o Brasil, Cabo Verde, Ucrânia, Reino Unido e Roménia.
Os dados constam de um estudo sobre a “Estrutura da população estrangeira – género feminino – 2009-2019”, cujos resultados provisórios foram divulgados hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por ocasião do Dia Internacional da Mulher.
De acordo com as estatísticas daquela instituição que assegura o controlo de entrada de estrangeiros em Portugal, em dez anos, o número de mulheres estrangeiras residentes em Portugal cresceu 34 por cento: de 219.779, em 2009, para 293.513, em 2019.
Este incremento contribuiu para que, pela primeira vez na história, Portugal chegasse a barreira do meio milhão de cidadãos estrangeiros a residir no território português.
Recentemente, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse no Parlamento que o número de estrangeiros a residir em Portugal ultrapassou a fasquia dos 500 mil no ano passado, o que aconteceu “pela primeira vez na história” do país.
“Os dados preliminares levam a dizer que em 2019, pela primeira vez na nossa história, é ultrapassada a barreira do meio milhão de cidadãos estrangeiros a residir em Portugal”, disse Eduardo Cabrita no âmbito da discussão na especialidade, na Assembleia da República, do Orçamento do Estado para 2020.
Segundo o ministro,no final do ano passado, 580 mil cidadãos estrangeiros residiam em Portugal e, em 2018, esse número situava-se nos 490 mil.
Estudiosas
Uma análise do Observatório das Migrações sobre a situação da mulher imigrante em Portugal refere que “os últimos anos ficaram marcados pelo aumento substantivo do número de estudantes estrangeiros no ensino superior português”.
Só no ano letivo de 2014/2015, os alunos estrangeiros correspondiam a 33.523 inscritos, representando 10 por cento do total de alunos matriculados no ensino superior, exemplifica o Observatório das Migrações que assinala que “a distribuição por sexos dos alunos estrangeiros revela uma prevalência e reforço do sexo feminino”.
Aliás, “em termos de desempenho, as mulheres estrangeiras encontram-se em maior proporção no número total de diplomados estrangeiros do ensino superior”.
A avaliação sobre as mulheres estrangeiras indicam em termos percentuais que o número total de diplomados estrangeiros se tem mantido desde o início desta década em valores iguais ou superiores a 53%.
“Em 2014/2015” – ano letivo em que as mulheres de nacionalidade estrangeira representaram 4% do total de mulheres diplomadas no ensino superior português – as estudantes imigrantes “representaram 54% e em 2011/2012 chegaram a atingir os 58% do total de diplomados estrangeiros”.
De acordo com o Observatório das Migrações que comparou os dados dos Quadros de Pessoal, em Portugal “verifica-se que as mulheres estrangeiras começam a mostrar qualificações ligeiramente superiores aos homens estrangeiros, registando percentagens mais elevadas que estes últimos nos níveis de habilitação superiores (12% possuem ensino superior completo, +3 pontos percentuais que os homens estrangeiros) e médios (27% têm ensino secundário e pós-secundário, quando no caso dos homens estrangeiros a percentagem é de 26%)”.
E mais: O relatório mostra também a tendência da natalidade, destacando que, só em 2018, as mulheres estrangeiras residentes em Portugal foram responsáveis por 11% do total de nascimento de bebés no território português.
Falando recentemente no Parlamento, o ministro da Administração Interna frisou também que o SEF passou de 35 mil para 135 mil novas autorizações de residência, comparando 2015 a 2019.
O governante avançou na altura que o Orçamento do Estado para 2020 previu o aumento da validade dos títulos de residência, passando os títulos iniciais de um para dois anos e as renovações de dois para três anos. (MM)