Manuel Matola
O Largo De São Domingos, no centro da capital portuguesa, Lisboa, vai ser palco está sexta-feira de uma homenagem ao ator Bruno Candé, onde se pretende lembrar que “o racismo matou de novo” em Portugal, no passado sábado, dia em que a sociedade portuguesa voltou a estar dividida sobre um debate sem fim e que vem de longe: a cor da pele.
A parti das 18:00, amigos e familiares vão prestar tributo ao ator português, de origem guineense, Bruno Candé, 39 anos, para “exigir justiça” por quem foi baleado em várias zonas do corpo por outro homem de 76 anos, que vai aguardar julgamento em prisão preventiva.
E “porque o racismo matou de novo, na sexta-feira, dia 31 de Julho, pelas 18H, estaremos na rua para para prestar homenagem ao Bruno Candé Marques, exigir justiça e combater o racismo”, diz um anúncio partilhado nas redes sociais pelos organizadores do evento que pretendem levar o tema sobre a segregação racial de volta às ruas de Lisboa.
Em comunicado, a embaixada da Guiné-Bissau em Portugal repudiou “todas as formas de intolerância e violência, particularmente daquelas que resultam na perda de vidas humanas” e apelou à “tolerância, à contenção, ao aprofundamento do conhecimento mútuo e ao reforço dos laços de amizade entre a comunidade guineense residente em Portugal e as populações e autoridades do país de acolhimento”.
Na nota, a representação diplomática da Guiné-Bissau em Portugal “manifesta a sua total confiança no Estado de Direito vigente neste país irmão, exorta a que seja feita justiça e coloca à disposição da família do malogrado toda a assistência jurídica de que venha a carecer”.
O suspeito da morte do ator foi ouvido no Tribunal de Loures (distrito de Lisboa), na manhã desta segunda-feira, tendo-se, entretanto, “remetido ao silêncio” face ao que aconteceu no sábado em Moscavide, concelho de Loures.
As redes sociais estão ao rubro com o tema que nunca foi consensual em Portugal, pois tal como há exatamente um mês as ruas da capital portuguesa testemunharam duas manifestações de diferentes grupos que gritaram nas ruas que ´Portugal (não) é racista`, agora o debate decorre virtualmente entre quem é pela negação de que no território português ´o racismo (não) existe`. (MM)