Uma imigrante angolana acusa a PSP do Casal de São Brás, Amadora, de a ter espancado em frente à filha de 8 anos, após um desentendimento com um motorista de autocarros, por a menor se ter esquecido de passe num casaco que deixou em casa.
Um vídeo posto a circular nas redes socais mostra um agente da PSP a tentar imobilizar a mulher numa paragem de autocarro, perante o olhar de transeuntes que protestavam contra a atuação do polícia chamado pelo motorista para intervir.
São várias as versões sobre a agressão de Cláudia Simões, a mulher que denunciou a caso, após ter estado internada no Hospital Amadora-Sintra.
“Nós entrámos no autocarro e quando a minha filha viu que não tinha o passe com ela, o motorista disse para sair. Eu respondi-lhe que ela tem o passe e que quando chegássemos ao nosso destino que o meu filho ia lá estar com o passe da menina”, relata Cláudia Simões, citada pelo jornal Contacto que fala de uma “noite de horror” que a mulher “viveu nas mãos da polícia, na Amadora, depois da filha de oito anos se ter esquecido do passe em casa”.
Segundo a publicação, o motorista terá chamado um PSP que estava em patrulha naquela rua, uma vez que a mulher se recusava “proceder ao pagamento da utilização do transporte da sua filha, e também pelo facto de o ter ameaçado e injuriado”.
Cláudia Simões alega que depois de entrar na viatura não se dirigiu mais ao motorista, mas quando o autocarro parou no seu destino, no Bairro do Bosque, o condutor saiu disparado em direção a um polícia que estava ali perto, escreve o Contacto.
Mas em nota, a PSP diz que “a cidadã, de imediato e sem que nada o fizesse prever, mostrou-se agressiva perante a iniciativa do Polícia em tentar dialogar, tendo por diversas vezes empurrado o Polícia com violência, motivo pelo qual lhe foi dada voz de detenção. A partir desse momento, alguns outros cidadãos que se encontravam no interior do transporte público tentaram impedir a ação policial, nomeadamente pontapeando e empurrando o Polícia”.
Segundo descreve a direção nacional de PSP, “o polícia, que se encontrava sozinho, para fazer cessar as agressões da cidadã detida, procedeu à algemagem da mesma, utilizando a força estritamente necessária para o efeito face à sua resistência”.
Em vídeos publicados nas redes sociais e que se tornou viral é visível a tentativa de Cláudia Simões lutar com agente, que, entretanto, consegue imobilizá-la.
Em comunicado, o PSP disse que “para se tentar libertar”, Cláudia Simões “mordeu repetidamente o polícia, ficando este com a mão e o braço direitos com marcas das mordidelas que sofreu e das quais recebeu tratamento hospitalar”.
Segundo a versão policial, só com reforço de agentes da PSP é que se conseguiu “conter as pessoas no local e promover a condução da cidadã à Esquadra para formalização da detenção”.
Mas nesse percurso, prosseguiu o desentendimento entre a imigrante angolana, que já foi notificada a comparecer esta terça-feira a tribunal, e os agentes da polícia, que tem uma versão diferente da de Cláudia Simões sobre o sucedido.
“Ele agarrou-me, fez um mata-leão e caiu comigo de costas”, denuncia a mulher, citada pelo jornal Contacto, que diz que Cláudia Simões tentou resistir enquanto sufocava e pediu ajuda ao sobrinho.
“Ele vai-me matar”, recorda. Ao lado, ouvia a pequena Vitória: “Não mate a minha mãe, por favor”. Ainda segundo a versão de Cláudia Simões, o mesmo agente terá empurrado a criança e continuou a apertar o pescoço da mulher. Admite que mordeu a mão do polícia como diz o comunicado da PSP, mas porque estava a sufocar e pensava que ia morrer.
De seguida, chegaram vários carros-patrulha e algemaram-na arrastando-a para uma das viaturas. “Ninguém me ajudou”, lembra. “Quando me meteram no carro eu não queria aquele polícia comigo e eles garantiram-me que ele ia noutro carro, mas mentiram-me. Ele entrou para o meu lado enquanto outros dois agentes iam à frente. Durante o caminho todo fui esmurrada enquanto estava algemada. Ele gritava (palavras injuriosas) enquanto me dava socos. Eu estava cheia de sangue e gritava muito. Então, subiram o volume da música para não me ouvirem na rua”.
Até que um dos agentes que estava à frente na viatura terá dito que assim Cláudia ia morrer porque estava prestes a desmaiar. Terão levado a angolana para a esquadra da Boba, no Casal de S. Brás, mas não chegou a entrar. A polícia teve de chamar uma ambulância para conduzir Cláudia para o Hospital Amadora-Sintra. Ali, diz que também foi maltratada. A médica que a atendeu ter-se-á recusado a entregar-lhe o relatório do que observou alegando que isso era responsabilidade do tribunal. Perante o pedido desesperado de Cláudia para contactarem a família, porque estava “aterrorizada” e “achava que ia morrer”, a médica terá dito que “vocês é que arranjam problemas com os polícias” e que não tinha nada a ver com o assunto.
A denúncia ouvida pelo Correio da Manha refere ainda que, na esquadra do Casal de São Brás, os agentes da PSP “começam a espancar a mulher, como se de um saco de boxe se tratasse, descarregando toda a raiva e força que possuem”.
Quando teve alta, Cláudia Simões explica, que um agente lhe apresentou um papel para se apresentar em tribunal como arguida e que devia assinar. “Queria que eu assinasse um papel, mas eu não conseguia ver. Via tudo fusco por causa dos olhos inflamados. Ainda tentou pegar na minha mão para eu assinar, mas recusei: ‘não vou assinar uma coisa que eu não consigo ler”. Gerson está revoltado e ainda não acredita no que aconteceu. Diz que é um ato de violência racista. Cláudia Simões tem de se apresentar na quarta-feira de manhã no Tribunal da Amadora, em Alfragide. “Vou ser arguida amanhã com a cara neste estado. Como posso ser eu a arguida?”.
Na nota emitida, a PSP afirma: “Hoje [segunda-feira], cerca das 08h00, a cidadã compareceu numa Esquadra de Polícia onde apresentou uma denúncia contra o Polícia que procedeu à detenção qual será comunicada à Autoridade Judiciária competente. Como consequência direta da formalização desta denúncia, a Polícia de Segurança Pública já iniciou a instrução de um processo de averiguações para, a par do processo criminal, proceder à averiguação formal das circunstâncias da ocorrência e de todos os factos alegados pela cidadã”. (Redação, Jornal Contacto e CM)
Sou de opinião que existem Portuguese em Angola…. então Angolanos,arranjem um português e façam o mesmo
Tanto o covarde do polícia, e já agora também o motorista do autocarro, fizeram me lembrar um outro covarde camarada militar em Luanda Angola em 1967. Éramos 6 Pára-quedistas entramos em uma taverna no musseque de São Paulo e mandamos vir 6 copos de três o homem que serviu era negro e nos serviu com toda a atenção. Quando foi para pagar ouve um que pergunta quanto é o homem disse quanto era e ele perguntou outra vez quanto, o homem aproxima-se mais do meu camarada para repetir o quanto era a despesa , e ele sem mais nem menos enfia um soco no homem, claro o homem não disse nada comeu e calou vendo 6 Páras há frente dele o que podia fazer , mas pagamos a despesa e fomos embora, desde essa vez nunca mais acompanhei com tal covarde , passado uma semana voltei lá novamente cumprimentei o homem que era o mesmo pedi-lhe imensa desculpa pela covardia do meu camarada pela ofensa , o homem ficou-me muito grato pela atenção que tive para com ele serviu me um copo , não queria que eu pagasse mas eu insisti e paguei dei-lhe um aperto de mãos e até hoje nunca mais me esqueci das mas e boas atitudes.