Se eu lhe disser que Mobbing e bullyng são a mesma coisa? A diferença está no contexto em que acontece esse tipo de agressão. Estamos perante um caso de Mobbing, quando existe bullying em contexto profissional.
Ate há muito pouco tempo, associávamos bullying ao tipo de agressão que, normalmente, era feita em contexto escolar, na qual havia um ou mais agressores, que massacravam física ou psicologicamente alguém que pensavam ser mais “indefesos”.
Com o passar do tempo, feliz ou infelizmente, começámos a ter uma melhor perceção do que realmente significa “bullying” e podemos nos aperceber o quão esse tipo de violênci é frequente na nossa sociedade e em variadíssimos contextos. Hoje, venho vos alertar um pouco para o bullying praticado em contexto profissional, ou seja, Mobbing.
É urgente abordarmos este tema, porque pode ter efeitos extremamente nocivos.
A pessoa que é vitima de mobbing pode ter a sua saúde física e mental comprometida e pode efetivamente causar danos nos resultados da empresa. Pode levar a processos judiciais contra a empresa, por se poder enquadrar numa situação de Assédio Moral.
A probabilidade de se ser vitima de Mobbing existe, a partir do momento em que se faz parte de uma equipa de uma empresa. No entanto, esta probabilidade torna-se mais elevada na vida de um imigrante. Porquê? Porque enquanto imigrante, é frequente passar a fazer parte de uma equipa em que não se conheça ninguém, onde hajam pessoas que, por algum motivo, te queiram prejudicar e a situação torna-se ainda mais complicada quando existe a barreira linguística. Essa barreira pode implicar no teu à vontade para denunciar a situação, porque simplesmente não consegues encontrar as palavras “certas” para explicar o que se está a passar.
Como identificar?
Se houver alguém no teu local de trabalho que te faz sentir angustiado, triste, perturbado e incapaz de estar no mesmo espaço físico com a pessoa é muito provável que estejas perante uma situação de Mobbing. Poderias pensar “ok, no meu local de trabalho, não tenho que ter amigos…preciso apenas de fazer o meu trabalho, sem necessitar de sorrisos de colegas de trabalho”. É absolutamente válido este pensamento, mas a pressão que o praticante de bullying exerce contra a vítima é de tal modo perturbadora que a impede de exercer a sua atividade profissional de forma natural e eficaz.
As atitudes do agressor podem ser explícitas ou implícitas. Mas não se trata de uma situação pontual. Uma situacão de agressão, quando feita apenas uma ou duas vezes, não podemos considerar bullying. Quando ocorre de forma recorrente, do mesmo agressor para a mesma vítima, já podemos considerar bullying.
Se notar que no seu contexto de trabalho sofre de assédios verbais, psicológicos ou sexuais, não haja como se fosse algo “normal” porque não é normal, adequado. É absolutamente inaceitável.
Principais consequências
A pessoa vítima de mobbyng tende a isolar-se mais, vê a sua labilidade emocional afetada, passa a sofrer de perturbações psicológicas, passa a sentir-se desconfortável no seu local/ambiente de trabalho, sobressaltos, ansiedades, medos, ataques de pânico, diminuição da sua performance no trabalho e, em casos mais extremos, podendo inclusivamente levar à morte.
O que fazer se estiver a ser vítima?
A partir do momento que desconfia que está a ser vítima preste mais atenção a essas situações e aumente o seu nível de alerta em relação a esses comportamentos. Assim que achar que está de facto perante um caso de mobbing, DENUNCIE!
Fale com os seus superiores (mas certifique-se que não há qualquer grau de preferência ou proximidade entre o seu superior e o agressor). Não se limite por ter a língua como barreira linguística, porque se está a trabalhar na empresa, significa que sabe o suficiente para emitir a mensagem pretendida. Não se esqueça que a linguagem não verbal também é uma excelente ferramenta de comunicação, por isso, se acha que a verbal não é suficiente, use expressões faciais que demonstrem tristeza, angústia, choro e toda a linguagem corporal necessária para transmitir o que pretende.
Por vezes podemos nos deixar levar pelo facto de sermos novos na empresa ou, até mesmo, no país e sujeitarmo-nos a essas situações por medo de perder o emprego, mas lembre-se que, antes de tudo, está o seu Bem-Estar Mental, então, se estiver a passar por isso, DENUNCIE! (X)