O histórico Acordo dos Oceanos, Papa Francisco e a imigração

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Manuel Matola

O Mundo acaba de alcançar um Acordo Histórico considerado essencial para conservar 30% das terras e oceanos até 2030, contra o que atualmente está protegido: 1% do alto-mar, lá onde todos os anos morrem centenas de imigrantes.

O Papa Francisco considera que o oceano “pode ser um importante fator de união, um vetor de ligação, uma causa comum” e lembra as “tragédias de migrantes em perigo no alto mar”, além do “tráfico de seres humanos que ocorre no mar, as duras e por vezes ilegais condições de trabalho dos marítimos e as tensões geopolíticas em áreas marinhas consideradas importantes”.

O Acordo dos Oceanos é um documento internacional que visa promover a conservação e uso sustentável dos oceanos, mantendo sua biodiversidade e garantindo o seu papel na economia global.

Abaixo, seguem cinco curiosidades sobre esse acordo:

1 – Criado em 2015, durante a Cimeira das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, o Acordo dos Oceanos é parte integrante dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são um conjunto de metas que os Estados-membros da ONU se comprometeram a alcançar até 2030.

2 – Uma das principais metas do Acordo dos Oceanos é proteger pelo menos 30% das áreas marinhas e costeiras do mundo até 2030. Essas áreas seriam transformadas em reservas naturais, onde a pesca, a exploração de petróleo e gás, e outras atividades seriam restritas ou proibidas.

3 – Outra meta do Acordo dos Oceanos é reduzir significativamente a poluição marinha, incluindo a redução da quantidade de plástico que chega aos oceanos. Estima-se que, atualmente, exista mais de 150 milhões de toneladas de plástico nos oceanos do mundo.

4 – Além dos Estados-membros da ONU, muitas empresas e organizações não governamentais também se comprometeram a apoiar o Acordo dos Oceanos. Algumas das empresas que aderiram ao acordo incluem as multinacionais Coca-Cola, a Unilever e a Danone.

5 – Embora o Acordo dos Oceanos seja uma iniciativa importante, muitos especialistas argumentam que ele não é suficiente para proteger os oceanos do mundo, pois, argumentam, é necessário adotar medidas mais ambiciosas, como a redução drástica das emissões de gases do efeito estufa, para limitar o aquecimento global e minimizar os impactos sobre os ecossistemas marinhos.

Importância para a imigração

Embora o Acordo dos Oceanos tenha como objetivo principal a conservação e uso sustentável dos oceanos, ele pode ter impactos indiretos significativos na imigração, a saber:

Proteção de ecossistemas marinhos: O acordo visa proteger ecossistemas marinhos, incluindo recifes de coral e áreas costeiras. Esses ecossistemas fornecem alimento e abrigo para muitas espécies marinhas, incluindo aquelas que são importantes para a pesca comercial. Se esses ecossistemas forem degradados ou destruídos, isso pode ter um impacto negativo na pesca e, por sua vez, na economia de algumas áreas costeiras. Isso pode levar a um aumento da pobreza e da insegurança alimentar nessas áreas, o que pode contribuir para o deslocamento e a imigração.

Redução da poluição marinha: O acordo também tem como objetivo reduzir a poluição marinha, incluindo plásticos, produtos químicos e esgoto. A poluição pode ter um impacto negativo na saúde humana, bem como na vida marinha. Se a poluição marinha for reduzida, isso pode melhorar a qualidade de vida em áreas costeiras e reduzir o deslocamento de pessoas que buscam ambientes mais saudáveis.

Criação de empregos verdes: A transição para uma economia sustentável pode criar empregos verdes em áreas como a energia renovável e a pesca sustentável. Esses empregos podem fornecer oportunidades para as pessoas permanecerem em suas comunidades locais em vez de migrar para áreas urbanas em busca de trabalho.

Em resumo, embora o Acordo dos Oceanos não esteja diretamente relacionado à imigração, ele pode ter impactos indiretos significativos na imigração, principalmente em relação à proteção de ecossistemas marinhos, redução da poluição marinha e criação de empregos verdes.

Igreja Católica e o Domingo do Mar

Anualmente, a Igreja Católica celebra o ‘Domingo do Mar’ no segundo domingo do mês de julho para homenagear os marinheiros e pescadores, mas cada país tem suas próprias tradições e rituais associados à celebração, embora todos compartilhem um objetivo comum de honrar os oceanos e promover sua conservação.

A celebração do ‘Domingo do Mar’ tem suas raízes na tradição católica romana, que venera São Cristóvão, um dos mais famosos imigrantes do mundo conhecido pelos cristãos como santo padroeiro dos viajantes e marinheiros. No entanto, ao longo dos anos, a celebração expandiu-se passando a incluir uma ampla gama de atividades relacionadas aos oceanos, como desfiles, regatas, procissões de barcos, cerimónias religiosas e outras atividades culturais.

O objetivo da celebração é aumentar a conscientização sobre a importância dos oceanos para a vida na Terra, bem como destacar os desafios enfrentados pelos oceanos, como a poluição, o aquecimento global e a pesca excessiva.

Domingo do Mar é uma celebração que ocorre em vários países ao redor do mundo, em que se honra a importância dos oceanos para a vida na Terra. Geralmente é celebrado no segundo domingo de julho, embora a data possa variar dependendo do país.

O objetivo da celebração é aumentar a conscientização sobre a importância dos oceanos para a vida na Terra, bem como destacar os desafios enfrentados pelos oceanos, como a poluição, o aquecimento global e a pesca excessiva.

Além disso, a celebração também homenageia os marinheiros e todos aqueles que trabalham nos oceanos, reconhecendo seus sacrifícios e contribuições para a sociedade.

Após 35 horas seguidas de discussões no fim de semana, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o mundo chegou a um entendimento sobre o documento final, que dá lugar ao novo tratado, pelo que o Secretário Geral da ONU, António Guterres, resumiu em cinco palavras o trabalho de 15 anos de debate:

“O navio chegou à costa”. (MM)

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