Papa Francisco questiona Deus “por que” de tantos “naufrágios dramáticos” no Mediterrâneo

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Papa apelidou o Mar Mediterrâneo de “grande cemitério” face aos constantes naufrágios que aí ocorrem Foto: Vita Società Editoriale S.p.A.

O Papa Francisco questionou a Deus “por que” de tantos “naufrágios dramáticos” no Mediterrâneo que, só nesta quinta-feira, vitimaram 62 migrantes, e lançou “um apelo sincero para que a comunidade internacional aja com prontidão e decisão, para evitar o repetir-se de tragédias similares”.

Na habitual missa dominical na Praça São Pedro, no Vaticano, durante a Oração do “Angelus”, o Santo Padre rezou pelas 62 vítimas mortais e famílias das 300 pessoas dos dois naufrágios que ocorreram na quinta-feira nas proximidades de Khoms, cerca de 120 km de Trípoli, na Líbia, noticiou hoje o Vatican News, o novo sistema de informação da Santa Sé.

“Soube com dor da notícia do dramático naufrágio, ocorrido nos últimos dias nas águas do Mediterrâneo, em que perderam a vida dezenas de migrantes, incluindo mulheres e crianças. Renovo um apelo sincero para que a comunidade internacional aja com prontidão e decisão, para evitar o repetir-se de tragédias similares e garantir a segurança e a dignidade de todos. Convido vocês a rezar juntos comigo pelas vítimas e por suas famílias. E também do coração perguntar: “Pai, por que?”, questionou o Papa Francisco, remetendo-se de seguida ao silêncio.

O Vatican News lembrou que, em setembro de 2016, o Papa apelidou o Mar Mediterrâneo de “grande cemitério” face aos constantes naufrágios que ocorrem naquele que é o maior mar interior continental do mundo, que liga o continente africano ao europeu e tem abertura e comunicação direta com o Atlântico através do estreito de Gibraltar e o Oriente Médio como limite oriental.

Os dois naufrágios ocorridos na quinta-feira mataram pelo menos 62 das três dezenas de pessoas que iam abordo, incluindo mulheres e crianças, sendo que 110 ainda estão desaparecidas.

Os sobreviventes do incidente foram resgatados especialmente por pescadores em pequenas embarcações e receberam atendimento médico oferecido por organizações não governamentais na costa líbica.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR) Filippo Grandi, descreveu o naufrágio como sendo a pior tragédia deste ano no Mediterrâneo, apelando para que seja “retomado o resgate de pessoas no mar, se acabe com a detenção de refugiados e migrantes na Líbia e que seja aumentado o número de itinerários seguros fora da Líbia”.

Estas medidas, “devem ser colocadas em ação agora antes que seja tarde demais para muitas pessoas desesperadas”, defendeu Filippo Grandi, citado pela publicação eletrónica da Santa Sé que noticia as atividades do Papa. (X)

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