Precidónio Silvério (correspondente em Maputo)
Dezenas de migrantes que pretendem viajar para Portugal continuam retidos na capital moçambicana, Maputo, devido à suspensão de voos internacionais, há uma semana, medida reforçada para a contenção de propagação do coronavírus.
A decisão está em vigor até 30 de maio, portanto, dentro de uma semana, a Autoridade moçambicana de Aviação Civil poderá levantar a medida e as viagens provavelmente retomem logo de seguida, no próximo mês.
A suspensão, anunciada pela Autoridade de Aviação Civil de Moçambique (IACM), abrangeu tripulantes da Ethiophian Airlines e TAP, únicas companhias que se encontravam operacionais, fazendo somente voos especiais.
A TAP tinha o itinerário de transporte de passageiros de Lisboa para Maputo e vice-versa. A Ethiopian Airlines só chegava a Lisboa, por via de outras rotas, como a fronteira aérea de Frankfurt na Alemanha, por exemplo.
“Foi difícil explicar as pessoas que já não seria possível seguir viagem, mas explicamos que a medida nos tomou de surpresa, que nada mais poderíamos fazer, senão cumprir com a decisão”, apontou Farah Leck.
O jornal É A@GORA visitou os escritórios da companhia aérea portuguesa, TAP. Ninguém estava lá. A única coisa que se pode ter acesso são contactos num papel colado na porta de entrada. Os mesmos servem para ligações de emergência.
No local, encontrámos um cidadão português. Preferiu não se identificar. Soube da nossa equipa que os voos internacionais tinham sido cancelados, quão seu desconhecimento sobre tal medida. Tinha de viajar para Lisboa, mas não teve outra opção senão esperar por nova decisão.
O documento a que o jornal É@GORA teve acesso refere que apenas voos em situação de emergência é que podem continuar a aterrar. Outros somente mediante uma autorização tomada de forma coordenada pelo IACM e pelas autoridades diplomáticas.
Destes voos, destacam-se os de transporte e carga, de interesse de Estado, missões humanitárias, evacuações médicas, de repatriamento, das Nações Unidas e de aterragem técnica. (PS)