Paul G, o rosto da diáspora da inédita cerimónia que antecedeu o 1º “Angola Video Music Awards”

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Magic Fingers ©

O músico Paul G, membro do SSP, o lendário grupo de rap angolano com mais digressões a nível internacional na História de Angola, foi o cabeça-de-cartaz da apresentação da Festa de Nomeados à 1ª edição dos “Angola Video Music Awards”.

A capital portuguesa, Lisboa, foi o palco escolhido para acolher o inédito evento, tido como a antecâmara da cerimónia oficial dos “Angola Video Music Awards” que decorrerá no final do mês de outubro, em Luanda, onde serão homenageados e destacados os melhores e mais populares videoclips de 2018 da música e dos artistas angolanos espalhados por todo o mundo.

Integrante do primeiro grupo de rap angolano a conseguir editar um trabalho discográfico, o cantor, compositor e produtor musical angolano Paul G é hoje dos artistas de Angola com mais experiência de imigração.

Em conversa com o jornal É@GORA, Paul G começa por se assumir como um “cidadão do mundo” dada a vivência, especialmente, nos Estados Unidos da América, onde decidiu frequentar um curso de “Music Entertainment” numa das mais reputadas instituições privadas de ensino superior, que é historicamente destinada para a educação da comunidade negra e da diáspora com raízes africanas: a Howard University, localizada em Washington DC.

Sair de Angola e ir morar nos Estados Unidos “foi a melhor decisão da minha vida”, diz Paul G, para de seguida corrigir a informação e elencar desde o início o percurso que fez até hoje após a abrandamento dos SSP, volvidos mais de duas décanas de sucesso daquele quarteto que cantava integralmente em português.

Antes de assumir a dimensão que atingiu ao tornar-se num dos rostos da música angolana na diáspora, Paul G faz silêncio a uma pergunta do jornal É@GORA e como que a percorrer mentalmente os anos passados, começa por alistar os locais onde residiu: “Brasil”, diz sobre o primeiro país onde viveu quase dois anos, “a seguir, África do Sul”, aproximadamente ano e meio, mais tarde rumou para a cidade norte-americana de “Los Angeles, onde começaram os contactos” com artistas de renome internacional que o impeliram a fixar-se nos Estados Unidos pouco mais de cinco anos.

“É lá onde existem as redes de contacto”, assegura o músico, para quem a passagem pelos Estados Unidos serviu e muito para o tornar num dos mais destacados organizadores de espetáculos musicais do momento em Angola.

Músico angolano Paul G

Hoje, além de pertencer a um círculo de amizade composto por músicos norte-americanos mundialmente famosos, Paul G desempenha o papel de embaixador do rap em português nos Estados Unidos, (embora cante as suas atuais músicas a solo mais em inglês), o que o permite convidar facilmente para Angola grandes artistas do Hip-hop e R&B/Soul daquela nação que é considerada a verdadeira “catedral do rap”.

“Levei vários músicos norte-americanos para Angola”, afirma Paul G, assinalando a atuação na capital angolana, Luanda, de artistas como Jay-Z, Bobby Valentino, R. Kelly e Akon (músico de ascendência senegalesa com quem fez um dueto), fruto da ligação pessoal, enquanto proprietário da sus produtora “Magic Fingers”, com os próprios músicos de sucesso e/ou com os representantes destes na América.

Além de ter participado há dias em Lisboa como cabeça-de-cartaz na Festa de Nomeados à 1ª edição dos “Angola Video Music Awards”, Paul G é também um dos 55 candidatos aos prémios de audiovisuais promovidos em parceria com o Afro Music Channel, estação televisiva que pretende premiar os melhores videoclips do ano 2018 produzidos por artistas angolanos, incluindo os que estão na diáspora.

Na cerimónia em Lisboa que contou com atuações de Vaniny Alves, Fabio Dance, os M4L, Hélio Plasma, Vlado Coast, Yung D, os Santiegos, jntaram-se a esta celebração muitos artistas convidados, entre eles os nomeados para a categoria, Melhor Video R&B/Soul – Paul G, Fábio Dance e o Grupo Santiegos indicados para a categoria de Melhor Grupo.

No ano passado, Paul G perdeu a irmã e o pai, o que o forçou a regressar temporariamente a Angola, mas feito o luto assegura que já está pronto para de volta partir para outros quadrantes do mundo, podendo ser também Portugal, onde pretende liderar durante os próximos anos o topo de hip-hop em Angola na diáspora.

“Estou preparado. Onde der para ir, vou”, diz o músico da histórica banda de rap angolana, que esta semana escala a capital moçambicana, Maputo, para um espetáculo no âmbito da digressão do quarteto, denominada “SSP 28 Anos”. (MM)

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