Portugal vai ter “Casa Brasil”, uma incubadora de startups luso-brasileiras

Manuel Matola

O governo brasileiro vai criar em Lisboa uma Casa Brasil voltada para a cultura e a economia de Portugal e Brasil, no âmbito de uma parceria entre Sebrae, Apex, Fiocruz e Embratur, que pretendem usar o espaço para impulsionar as startups luso-brasileiras.

Além de servir como um espaço institucional da Apex, Sebrae, Embratur e Fiocruz, a Casa Brasil vai acolher as micro, pequenas, médias e grandes empresas, startups, incubadoras e terá ainda uma área voltada para exposições culturais.

“Essas negociações estão bastante adiantadas”, garantiu o embaixador brasileiro em Portugal, Raimundo Carreiro Silva, para quem “Portugal tem tudo para ser a porta de entrada para as empresas brasileiras que desejem vir para a Europa”.

O anúncio da criação da “Casa Brasil” foi feito segunda-feira (12) pelos presidentes do Sebrae, Décio Lima, da Apex, Jorge Viana, e pelo embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro Silva, na abertura do Seminário de Internacionalização realizado dentro da programação da missão técnica brasileira no Web Summit-2023, que decorre na capital portuguesa, Lisboa.

“Nós não podemos mais ficar isolados no modelo económico”, disse o presidente do Sebrae, Décio Lima, assinalando ser esse um momento único para reunir as representações do Sebrae, da Apex, Fiocruz e da Embratur em prol de um projeto novo, pelo que garantiu:

“Vamos somar nossas musculaturas para produzir e potencializar os efeitos positivos” do projeto, afirmou Décio Lima, citado numa nota da AR Comunicação, que presta assessoria de imprensa fazendo a ponte entre Brasil e Portugal.

O presidente do Sebrae definiu a sua instituição como “a porta de entrada de sonhos de milhões de brasileiros que desejam empreender” no território português, que dá acesso ao mercado europeu, que acolhe 23 milhões de empresas, e o espaço lusófono africano, através das sucursais e não só.

Segundo Décio Lima, “o resultado de mais de 3,1% de crescimento do PIB em 2023 surpreendeu a todos, com destaque para o saldo positivo da balança comercial. No campo do emprego, destaque vai para os mais de 1,1 milhão de novos empregos gerados pelas micro e pequenas empresas brasileiras só este ano”.

Para Décio Lima, “a inovação e a sustentabilidade são valores e práticas que vieram para ficar”, pelo que “não há mais como pensar um mundo onde o meio ambiente e a busca por novas fontes de energia não estejam no centro das discussões” que tem havido entre Portugal e o Brasil, nos vários domínios.

“A Amazónia é um património fundamental para manter a vida no nosso planeta. O nosso empreendedorismo precisa ter a visão da inovação, da sustentabilidade e da inclusão”, considerou Décio Lima que qualificou de “importantes” eventos como a Web Summit por permitir criar redes de contacto. No entanto, assinalou que os verdadeiros agentes da integração são os empreendedores.

“Vamos dar todo o suporte necessário. Estamos dobrando a nossa presença em Lisboa, em comparação com 2022”, afirmou Décio Lima.

O embaixador brasileiro em Portugal revelou que o governo de Portugal ofereceu diversos imóveis para receber a sede da “Casa Brasil”, cuja vocação vai diferir da atual Casa do Brasil, uma associação de apoio a imigrantes brasileiros e não só em matéria de orientação para a regularização da situação migratória em Portugal.

“Estamos aqui em Lisboa trabalhando exatamente para consolidar esse espaço. Essas negociações estão bastante adiantadas”, disse o diplomata. (MM)