Português reivindica descoberta de “novo método homeopático” que “recupera sistema imunitário”

0
188

Manuel Matola


O português Carlos Sande e Castro diz ter achado um “novo método” homeopático que ajuda a recuperar o sistema imunitário de um indivíduo e acredita que o “sucesso desta descoberta” poderá abrir possibilidades de “produção de uma vacina eficaz e barata” para várias doenças, algumas das quais endémicas em África.

Carlos Sande e Castro aponta o exemplo de doenças oncológicas, assinalando que este “novo método de cura” pode ser útil até mesmo para “indivíduos cujo cancro se tenha espalhado”, ou seja, tenha ocorrido metástase.

E não só, diz.

“Como esta doença é similar ao dengue, a malária e cegueira dos rios, pois todas elas são provocadas por picadas de insectos, afectando os mesmos órgãos, será possível a produção de uma vacina eficaz e barata” para as enfermidades, refere Carlos Sande e Castro em nota enviada ao jornal É@GORA.

E explica como tudo começou: foi ao curar os seus cães de leishmaniose canina uma doença endémica causada por um parasita, a Leishmania Infantum.

FOTO: Centro Veterinário de Aveiro
O cão é o hospedeiro principal desta doença ainda sem cura parasitológica, apesar de a enfermidade poder afetar outras espécies como o gato, raposas, roedores e o homem.

Segundo a Vet.Point, uma clínica Veterinária em Oeiras, criada em 2009, “existe tratamento para a leishmaniose” mas a instituição avisa: “apenas em alguns casos atingimos a cura podendo haver recidivas durante o tratamento”.

De acordo com dados publicados na página dos Veterinários Sobre Rodas, que presta cuidados médicos veterinários ao domicílio, “Portugal é considerado um pais endémico, com uma prevalência média de leishmaniose em cães de cerca de 6% (6 em cada 100 cães estão infetados), chegando nalguns distritos a atingir os 17%”.

A leishmaniose, doença provocada por uma picada de mosquito (mosquitos da areia), começa por afectar fígado e rins dos cães, acabando por “afectar todo o sistema imunitário, que, afinal tinham cura”, explica Carlos Sande e Castro, para quem o “novo método de cura” que “recupera o sistema imunitário do indivíduo” pode levar a que “o cancro, a dengue, malária e cegueira dos rios” possam estar “com cura à vista”.

E, em nota enviada ao jornal É@GORA, apresenta os argumentos para explicar todo o processo de descoberta.

“Trata-se de um método muito simples, pelo qual se conseguem manipular os electrões de hidrogénio do sangue”, garante.

Carlos Sande e Castro garante que “conseguiu, através do sangue do próprio indivíduo, detectar o desequilíbrio que existe nos electrões de hidrogénio, produzindo, a partir de uma gota de sangue, o medicamento, com um novo método homeopático”.

E na mesma nota assinala: “O sucesso desta descoberta, vem curar indivíduos cujo cancro se tinha espalhado. Casos onde davam quatro a seis meses de vida e passados mais de quatro anos ainda cá estão, evitando assim os tratamentos com quimioterapia”.

Pois, “depois de estudar o caso a fundo”, o homeopata português “descobre que toda a doença provoca um desequilíbrio nos electrões de hidrogénio do indivíduo. Por isso, através de uma gota de sangue, consegue produzir um medicamento que vem equilibrar todo o hidrogénio do indivíduo. Sendo o hidrogénio o elemento mais potente do organismo, e entrando ele em todas as nossas reações químicas, basta só tomar água, cujo hidrogénio tenha sido manipulado. Os electrões de hidrogénio, de água purificada em contacto com uma gota de sangue, alteram-se, defendendo-se do hidrogénio invasor e desequilibrado do sangue doente. Como o hidrogénio da água purificada é mais leve, por não estar diluído com nutrientes pesados, tem uma reação muito superior. Porque quando uma reação celular se dá, o hidrogénio mais leve, por ter mais energia, tem vantagem para ser ele a entrar na reação. Além disso, através deste método é possível dar mais potência ao hidrogénio, energetizando-o, fazendo com que o electrão de hidrogénio se aproxime do núcleo; variando a potência consoante a doença em causa”.

E, conclui: o resultado “é um medicamento homeopático, pelo que não tem efeitos secundários”.

Os grandes anúncios feitos por praticantes da homeopatia têm provocado algumas emoções no mundo da ciência. Um dos rostos que se opõe a essa área é o bioquímico e comunicador de ciência português David Marçal para quem “os remédios homeopáticos só têm água e açúcar”.

Por ocasião do lançamento do seu livro intitulado Pseudociência, David Marçal afirmou, em 2015, numa entrevista ao Público que ”a homeopatia é uma grande indústria que abarca desde as multinacionais farmacêuticas, que produzem os remédios homeopáticos, até aos homeopatas que os receitam. Todos os envolvidos têm de agir como se aquilo fizesse sentido, até os pacientes”. MM

Ciente das discordâncias, o Jornal É@GORA deixa em aberto o seu espaço para a possibilidade de publicação de artigos que possam suscitar debate sobre a Homeopatia e a Ciência, visando melhor esclarecimento dos seus leitores: os imigrantes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here