Manuel Matola
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou hoje o papel da diáspora na promoção do português como “uma língua de futuro”, no Dia Mundial do idioma de Camões que o chefe de Estado usou para enviar virtualmente “um abraço muito, mas mesmo muito forte, de irmão para irmão” para os 260 milhões de usuários espalhados no mundo “neste tempo” da Covid-19.
Numa mensagem divulgada a propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura, que hoje se assinala, Marcelo Rebelo de Sousa falou da união “perante um vírus inimigo comum” que o mundo enfrenta – a pandemia da Covid-19 -, mas começou por sublinhar o potencial do português nos quatro cantos do mundo.
“O que é que faz a força da nossa língua comum, falada por 260 milhões mais os muitos outros que a descobriram, ou descobrem, por todo o mundo?”, questionou o Presidente português para, de seguida, responder com a palavra “génio” repetida quatro vezes numa curta nota de seis parágrafos.
Para Marcelo Rebelo de Sousa Sousa a solidez do português no mundo enquanto “língua comum” é feita do “génio de angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses e portugueses, falando há séculos em casa e nas diásporas”.
Mas é igualmente “o génio” dos maiores nomes das letras do espaço lusófono: “Camões, Sophia, Saramago, Torga, Cabral de Melo Neto, Craveirinha, Jorge Amado, Pepetela, Agustina, Lobo Antunes, Mia Couto, Germano Almeida, Alda Espírito Santo, Hélder Proença, Fernando Silvan, Rubem Fonseca ou Manuel Alegre”, enumerou.
Singularidade da língua do “amor”, “solidariedade” e “saudade”
E descrevendo o português como veículo que os falantes da língua portuguesa usam para expressar sentimentos, o chefe de Estado português lembrou que este idioma “sempre” tem “o génio de nos permitir dizer” de forma singular as palavras “amor”, “solidariedade” e “saudade”.
“O génio de ser uma língua do futuro, viva, diversa na unidade, que muda no tempo e no espaço, continuando a ser a mesma no essencial”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa sobre um idioma que é falado por 3,7% da população mundial e é oficial em nove países-membros da organização lusófona CPLP, ou língua de trabalho em organizações supranacionais como a União Europeia, União Africana ou o Mercosul.
Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa e mais de 200 de personalidades lusófonas da política, letras, música ou desporto juntaram-se numa cerimónia transmitida virtualmente para celebrar o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura, desde que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) oficializou a data no ano passado. (MM)