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É notável que a motivação dos veganos e vegetarianos é ética, no entanto, o vegetarianismo também pode ser motivado por questões de saúde e religião.
O termo Vegan é inglês. No português do Brasil, acrescentou-se-lhe a vogal “a” ou “o”, formando o termo Vegano ou Vegana, entretanto, a grafia original inglesa também é utilizada no Brasil. Em Portugal a palavra mantém a grafia original inglesa.
O que é ser vegetariano?
É tido vegetariano o indivíduo que exclui carne, aves e frutos do mar de sua dieta. No entanto, existem diferentes tipos de vegetarianismo e alguns também excluem laticínios e ovos.
Os tipos mais comuns de vegetarianos:
Ovo-lacto vegetarianos: vegetarianos que evitam carne de animais, mas consomem laticínios e produtos com ovos.
Lacto-vegetarianos: vegetarianos que evitam carne e ovos, mas consomem produtos lácteos, como leite, queijo, iogurte, manteiga, entre outros.
Ovo-vegetarianos: vegetarianos que evitam todos os produtos de origem animal, porém consomem ovos.
Ainda existe a dieta “flexitariana”, também chamada ‘vegetarianismo parcial’ ou ‘semi-vegetarianismo’, realizada por indivíduos que estão cortando a ingestão de carne, mas ainda comem em alguns casos. Também é considerado aquele que não come outros tipos de carne, porém consome peixe. Tem sido adotada frequentemente pelas pessoas, apresentando suas peculiaridades em termos de comportamento. Essa intervenção alimentar consiste em uma diminuição no consumo de carne, leite e derivados, no intuito de contribuir com a redução do impacto atual que a produção de alimentos de origem animal causa ao meio ambiente.
Mas, por que não se tornar vegetariano, já que o objetivo da dieta flexitariana é reduzir o consumo de carne? Mudanças abruptas na alimentação requerem planejamento, dedicação e força de vontade. Se tornar vegetariano pode não ser uma tarefa fácil para todos, afinal estamos sugestionados a consumir carne em diferentes momentos da nossa vida.
A dieta flexitariana se formou a partir da busca que as pessoas têm mostrado em relação à preocupação com o aquecimento global e condições ambientais modificadas por conta da alimentação onívora do ser humano, que inclui alimentos de origem animal e vegetal. Essa mudança de comportamento é mundial.
O que é ser vegano?
O veganismo pode ser visto como a forma mais radical e estrita de vegetarianismo. Mais do que uma dieta, pode ser considerado um estilo de vida, que busca excluir todas as formas de exploração e crueldade animal.
Os veganos, além de não consumirem nenhum tipo de carne, também eliminam todos os alimentos de origem animal de sua dieta, incluindo leite, mel e ovos.
Para mais, o veganismo não se limita à alimentação. O vegano não utiliza nenhum produto de origem animal, incluindo produtos de higiene, cosméticos, vestuário, medicinas, entre outros.
Motivações do vegetarianismo e veganismo
As dietas vegetarianas já existem desde 700 a.C. Suas razões podem ser éticas, mas a dieta também pode ser adotadas por questões de saúde, ambientalismo e religião.
Já o motivo para o veganismo é especialmente ético. O estímulo é evitar todas as formas de exploração animal e, por isso, além da alimentação, os veganos abrem mão de qualquer produto de origem animal, seja para higiene, medicina, entre outros.
Em termos de ética, os vegetarianos se opõem a matar animais para alimentação, mas consideram aceitável o consumo de subprodutos de origem animal, como leite e ovos. De outra forma, os veganos acreditam que os animais têm o direito de estar livres do uso humano, seja para alimentos, roupas, ciência ou entretenimento.
Veganos também tendem a evitar circos, zoológicos, rodeios, corridas de cavalos e qualquer atividade envolvendo o uso de animais para entretenimento.
O mundo está se “veganizando” e a convicção que estimula a preservação de todos os animais, principalmente em nosso uso alimentar, cresce cada dia mais pelo mundo. Um artigo publicado no The Guardian destacou a crescente população de vegetarianos e veganos.
Países em que mais crescem o veganismo no mundo
Espanha
Apesar da reputação de grandes consumidores de carne, os espanhóis começam a se adaptar às novas formas de alimentação. “A ideia de que devemos pelo menos comer menos carne, é cada vez mais comum na Espanha, como em muitas outras partes da Europa”.
Reino Unido
Pesquisas apontam que um a cada oito adultos britânicos segue as diretrizes vegetarianas ou veganas. Enquanto 12% do total da população decidiram abandonar a carne, esse percentual sobe para 20% para as pessoas entre as idades de 16 e 24.
Suécia
Cerca de 10% do país se identificam como vegetarianos ou veganos. De acordo com pesquisas da “Animal Rights Suécia”, nos últimos cinco anos, o número de vegetarianos aumentou 4% no país.
Israel
Em relação à quantidade de per capita, Israel pode ser considerada a “capital vegana do mundo”. Um artigo publicado pela “Space Notícias” mostra a crescente população de veganos no país, estimando-se cerca de 300 mil pessoas, 4% da população total.
Índia
Em 2013, a cidade indiana Palitana tornou-se a primeira cidade vegetariana no mundo, onde é proibido o abate de animais, assim como a venda de carne e ovos.
Alemanha
Possui cerca de 7 milhões de vegetarianos e vem experimentando uma demanda crescente por produtos à base de plantas. No país existe uma cadeia de supermercados vegano – “Veganz”.
Canadá
Os resultados de uma pesquisa de consumo de alimentos canadense refletem uma queda de quase 10% do consumo de carne desde 2001.
Estados Unidos
O país do hambúrguer também se adequou ao veganismo! Nos EUA, os investidores privados estão investindo milhões em startups de alimentação vegana, A empresa global de pesquisa de mercado “Mintel” recentemente descobriu que 36% dos americanos compram alternativas à carne, a exemplo do abacate.
Nova Zelândia
O número de veganos na Nova Zelândia também cresce rapidamente, e de acordo com um recente artigo no “New Zealand Herald”, o aumento é alimentado por uma motivação para ajudar a prevenir doenças, degradação ambiental e sofrimento dos animais em fazendas industriais.
Cabe ressaltar, procure sempre um especialista de sua confiança. (X)
Data da última revisão: 21 de dezembro de 2020
Fontes consultadas:
https://www.theguardian.com/business/2018/nov/01/third-of-britons-have-stopped-or-reduced-meat-eating-vegan-vegetarian-report
http://vegnutri.com.br
Referências bibliográficas:
FORESTELL, C. Flexitarian Diet and Weight Control: Healthy or Risky Eating Behavior? Front. Nutri., v. 5, n. 59, jul. 2018.
DERBYSHIRE, E. Flexitarian Diets and Health: A Review of the Evidence-Based Literature. Front Nutr., v. 3, n. 55, jan. 2017.