(Consultora de Imagem)
A necessidade de aceitação, de pertença e de querer estar na moda tem feito de nós seres cada vez mais consumistas e egoístas, alguns não propositadamente por desconhecimento ou ignorância mas outros porque preferem mesmo ignorar.
Devido à produção em massa (fast fashion) a moda é responsável por 8% da emissão de gás carbónico. O material poliéster, um dos mais utilizados na produção de roupa emite anualmente 32 das 57 milhões de toneladas globais. Entre outros materiais utilizados que são extraídos da natureza sendo responsável pela a sua extinção.
O impacto ambiental tem sido visível através das alterações climáticas que têm provocado várias catástrofes naturais nos últimos tempos.
Mas as excessivas produções da industria da moda não agridem apenas o ambiente, o seu impacto também se verifica a nível social. A maioria das marcas recorre a mão de obra barata, para trabalho excessivo em número de horas e por dia, muitas vezes sem descanso e extremamente mal remunerados, fora as condições desumanas de trabalho. Essas produções são realizadas em países onde tem uma percentagem elevada de pessoas economicamente vulneráveis, onde os direitos dos trabalhadores não estão estabelecidos (como a Indonésia, Tailândia, Vietnam, China, Índia, entre outros países asiáticos – alguns países africanos também) e são exploradas desde o trabalho de colheita das matérias até à confecção dos produtos.
Este sistema mantém-se enquanto houver consumidores indiferentes a esta situação que continuam a comprarem dessas marcas. Quase todas as marcas têm nas etiquetas o local de produção dos seus produtos, por exemplo: Made in China, Made in Vietnam…
Quando compramos temos o cuidado de verificar a etiqueta? E quando olhamos a etiqueta refletimos sobre condições em que esse produto foi confeccionado? As condições do espaço, as horas de trabalho, a remuneração e até mesmo a idade dos trabalhadores?
A produção de roupas, principalmente as de fast fashion onde até a sua qualidade é baixa, não requer muita qualificação e por essa razão facilmente se recorre a exploração infantil. Crianças de famílias desfavorecidas que são obrigadas a se sujeitarem a escravatura em troca de um salário mísero.
Os governantes desses países são também culpados dessas situações, pois os mesmos não criam as condições necessárias para o exercício dessas atividades porque os mesmos disso se beneficiam. Esses países não se desenvolvem mais porque para as grandes potencias se manterem no nível que estão precisam de explorar os outros e nós que continuamos a comprar, conscientes ou não, somos quem alimenta e permite que a situação se propague.
A sustentabilidade passa pelo impacto positivo no ambiente e melhoria de condições sociais económicas dos países e pessoas envolvidas no processo. Já existem várias marcas conscientes e a trabalharem para retroceder os impactos ambientais e sociais, juntemo-nos a elas para que este movimento ganhe mais força e possamos todos juntos usufruir e coabitar num mundo melhor! (X)