O Ministério Público brasileiro anunciou hoje que está a investigar a participação de executivos do Banco Paulista em operações de branqueamento de capitais juntamente com a construtora Odebrecht, no âmbito da operação anticorrupção Lava Jato.
Segundo o Ministério Público brasileiro, as investigações revelaram que pelo menos 48 milhões de reais (10,7 milhões de euros) foram transferidos pela construtora, no exterior, para seis executivos do banco, capital que terá sido branqueado entre 2009 e 2015 através da celebração de contratos ideologicamente falsos com o banco no Brasil.
Estão a ser cumpridos três mandados de prisão preventiva contra os executivos do banco Paulista Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto, Tarcísio Rodrigues Joaquim e Gerson Luiz Mendes de Brito, e 41 mandados de busca e apreensão em sedes de empresas que transacionaram com a instituição financeira.
Segundo os investigadores brasileiros, os executivos terão ajudado a branquear capital enviado para o exterior pelo chamado “setor de operações estruturadas”, criado dentro do Grupo Odebrecht para pagar subornos a agentes públicos e políticos, sobretudo no esquema descoberto nos contratos da construtora com a Petrobras.
O esquema de branqueamento de capitais supostamente praticado pelos executivos do Banco Paulista consistia na contratação de empresas fantasmas que emitiam recibos e contratos falsos para justificar serviços não prestados e envio de dinheiro para o exterior.
O Ministério Público brasileiro frisou que a investigação foi fundamentada em testemunhos e documentos decorrentes dos acordos de colaboração celebrados pela força-tarefa Lava Jato em Curitiba, especialmente do acordo de leniência (redução da pena em troca da confissão de crimes) firmado com o Grupo Odebrecht.
Também foram usados dados obtidos a partir do afastamento do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, rastreamentos financeiros no Brasil e no exterior e documentos decorrentes de fiscalização e auditoria feitas pelo Banco Central do Brasil.