Manuel Matola
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) diz que há um fenómeno que “tem vindo a crescer” na Região Autónoma dos Açores: imigrantes estão a usar passaportes autênticos, mas fraudulentos ou pertencentes a pessoas alheias com bastantes semelhanças fisionómicas para tentarem chegar ao Canadá, a partir do Aeroporto de Ponta Delgada.
Só no ano passado, as autoridades migratórias portuguesas naquele arquipélago situada no Oceano Atlântico registou “652 crimes por falsificação de documentos e uso de documento alheio”.
Nos últimos dias da presente semana, o SEF deteve, em pleno Aeroporto de Ponta Delgada, um belga, um sueco e um canadiano por uso de documento alheio, quando tentavam embarcar num voo com destino a Toronto, no Canadá.
Segundo o portal Hora do Voo, o tempo estimado de voo de Toronto até Ponta Delgada é de 06 horas e 08 minutos, havendo bilhetes a preços entre 380 e 1300 euros.
Em nota, a que o jornal É@GORA teve acesso, o Serviço de Estrangeiros e Fronteira refere que os três cidadãos estrangeiros “apresentaram-se nas partidas com passaportes autênticos, pertencentes a outros homens com bastantes semelhanças fisionómicas”.
Agora, por determinação do Tribunal de Ponta Delgada, os três imigrantes estão sob custódia do SEF, tendo sido transportados para a Unidade Habitacional de Santo António no Porto, onde aguardam a tramitação dos respetivos processos de afastamento de território nacional.
“Esta prática criminal tem vindo a crescer na Região Autónoma dos Açores e as tentativas de passagem de fronteira pelo Aeroporto de Ponta Delgada com destino ao Canadá, com recurso a documentos fraudulentos ou alheios, levaram à aplicação por parte do SEF de métodos de controlo mais restritos e à presença, neste tipo de voos, de um Inspetor com especialidade de análise e deteção de documentos fraudulentos, bem como ao estabelecimento de um ponto de contacto e troca de informações com a autoridade congénere canadiana”, diz o SEF.
Em jeito de balanço da sua atuação no último ano, o órgão responsável pelo controlo de entrada e saída de cidadãos estrangeiros em Portugal afirma que “no que respeita à prevenção e repressão da criminalidade associada aos fenómenos migratórios”, foram registados, só em 2022, “652 crimes por falsificação de documentos e uso de documento alheio”.
O sistema de acolhimento de imigrantes do Canadá é tido como dos melhores a nível mundial. (MM)