O Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF) deteve um cidadão português, pertencente a uma rede de recrutadores de mulheres nascidas em Portugal que casam por conveniência com homens desconhecidos da Índia, Bangladesh e Paquistão a troco de cinco mil euros.
A detenção ocorreu no fim de semana, em Lisboa, em cumprimento de um mandado europeu emitido pela Bélgica, e resultou de uma investigação conjunta entre os serviços migratórios portugueses, a polícia belga em cooperação com as autoridades policiais alemães, indica um comunicado divulgado pelo SEF.
Segundo a nota, “a estrutura, em território português, angariava mulheres, falsificava as Certidões e organizava as viagens das ´esposas`, posteriormente recebidas pelas estruturas sedeadas nestes dois países (Bélgica e Alemanha) onde possuem casas que as acolhiam durante a sua estada e que serviam também como morada oficial a apresentar junto das autoridades locais”.
Mais tarde, prossegue o SEF, “os casais viajavam para a Bélgica, onde os cidadãos indostânicos tentavam a legalização por via do casamento com cidadã comunitária, o que permitia aos maridos permanecer na União Europeia, obter autorizações de residência e, em seguida, obter lucros ilícitos com benefícios sociais”.
O cidadão português, que “foi já extraditado” e preso preventivamente na Bélgica, “pertencia a um grupo criminoso, indiciado pelos crimes de associação ao auxílio à imigração ilegal, falsificação ou contrafação de documentos, casamentos de conveniência e associação criminosa, desmantelado pelo SEF, em janeiro deste ano, no âmbito da operação ´Amouda`”, lê-se na nota.
No quadro desta investigação visando desfazer a rede de recrutadores de mulheres portuguesas que se casam por dinheiro com homens que não conhecem, a polícia alemã realizou, na semana passada, sete buscas domiciliárias nas localidades de Karlsruhe, Aalen, Freiburg e Mahlberg, na Alemanha, num trabalho que contou com a colaboração do SEF.
“Desta operação resultou a apreensão de documentação diversa que comprova a atividade desta rede, nomeadamente Certidões de Casamento fraudulentas, passaportes de cidadãs portuguesas, comprovativos de pagamentos de viagem e recibos de envio de dinheiro entre membros da rede, bem como diverso equipamento, como smartphones e computadores portáteis”, assinala a mesma nota. (MM)