Manuel Matola
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sinalizou três vítimas de tráfico de seres humanos no âmbito de uma investigação realizada na zona da Covilhã, distrito de Castelo Branco.
Na sequência da investigação que decorreu sob coordenação do Ministério Público na passada semana, o SEF realizou uma operação que permitiu constituir arguido um cidadão nacional, proprietário de uma empresa que explorava imigrantes.
Em nota enviada ao jornal É@GORA,as autoridades policiais dizem que o homem é suspeito de “explorar trabalhadores estrangeiros, essencialmente oriundos da península indostânica [ou seja, naturais de países como Índia, Paquistão e Bangladesh]”, que se encontrem em situação irregular em Portugal.
Segundo o SEF, o suspeito não paga as remunerações devidas pelo trabalho prestado e, em alguns casos, exige aos trabalhadores quantias monetárias como requisito prévio para o estabelecimento de relação laboral.
“Foram realizadas buscas a viaturas e à residência do arguido na zona da Almada e a uma habitação nas imediações da Covilhã, onde eram colocados os trabalhadores sem o mínimo de condições de habitabilidade e onde foram identificados seis cidadãos estrangeiros”, frisa a polícia migratória.
O SEF acrescenta que no decurso da operação “foi aprendida diversa documentação relacionada com a alegada atividade ilícita desenvolvida, assim como material informático e de comunicações”.
O arguido ficou sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência.
A investigação do SEF teve início no mês de outubro e contou com a colaboração de uma organização não-governamental vocacionada para o apoio a vítimas do crime tráfico de seres humanos.
Na operação estiveram envolvidas duas dezenas de operacionais do SEF, segundo refere o comunicado divulgado na segunda-feira. (MM)