(Consultora de Imagem)
Esse avanços vemos também nos manequins que dão cara e corpo a essas marcas.
Sabemos que antigamente a moda, que apesar de ser um instrumento de expressão, reprimia muitas pessoas devido ao facto de as modelagens serem apenas para determinados tipos de corpos, acessíveis para uma classe social privilegiada. Mas a necessidade do seu humano de se fazer pertencer, ainda que apenas pela aparência, fez com que se começasse a criar replicas de criações dos grandes costureiros. Também os acontecimentos mundiais e o desenvolvimento das sociedades moldou a moda de acordo com as necessidades de mobilidade e de expressão.
Com as revistas, jornais e televisão a democratização da moda tornou-se inevitável e a chegada da internet trouxe a globalização tanto para a moda como para a beleza.
Hoje em dia vemos uma moda acessível a (quase) todos, um mesmo modelo de roupa ou acessório encontra-se em vários preços, (quase) toda a gente pode estar vestida de acordo com a moda dentro das suas possibilidades. Há respostas para (quase) todas as procuras seja o tipo de corpo, a cor da pele ou a sua personalidade.
Podemos dizer sim que a moda é inclusiva, segundo o que está visível aos nossos olhos, umas marcas mais do que outras e algumas mesmo sem qualquer tipo de preocupação social.
Mas já paramos para pensar nas pessoas com deficiência e limitações físicas? Qual o nível de acessibilidade as roupas apresentam para estes consumidores? Tanto a questão ergonómica como a estética?
Para quem não vive essa realidade diariamente não tem ideias de como as roupas que para quem não tem limitações ou necessidades específicas é algo básico, mas para outras pessoas o ato de vestir precisa de muita logística. Não pensemos apenas na praticidade que necessitam mas também em sentirem-se bem com o que vestem, representadas de acordo com aquilo que querem expressar.
Tommy Hilfiger, um designer americano, pai de duas crianças autistas e por conhecer bem esta realidade já lançou coleções direcionadas para o público com limitações. As peças criadas têm o conceito da marca mas adaptadas a usuários de cadeiras de rodas e próteses.
Apesar da iniciativa inclusiva é também um negócio lucrativo uma vez que, segundo a marca, as pessoas com deficiência gastam quase cinco vezes mais no e-commerce.
O grupo LVMH apesar de ainda não vender roupas para estes consumidores, investe na educação de designers através de workshops ministrados pelo estilista Marc Jacobs.
No Brasil já existem várias marcas que lançaram roupas para PCD e em Portugal algumas temos algumas iniciativas nesse sentido também. Um excelente exemplo para os novos jovens criadores para contribuírem para uma moda mais inclusiva, diversificada e sustentável.
Esta é a foto da cantora Viktoria Modesta, usuária de próteses, com uma roupa que além de fashion permite-lhe expressar a sua personalidade.