Precidónio Silvério
A TAP anunciou na segunda-feira que iria retomar voo semanal para Maputo e Luanda, em junho, mas 48 horas depois indicou que vai “ajustar” esse plano que, para o primeiro-ministro português, António Costa, “não tem credibilidade” sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras definida por Portugal.
Entretanto, o futuro das companhias aéreas moçambicana e angolana para o espaço europeu continua incerto, desde março, até porque, tanto em Moçambique como em Angola, o retorno dos voos para o exterior está dependente da decisão das próximas medidas presidenciais sobre o estado de emergência vigente, com vista ao controlo de propagação de contágio pelo novo coronavírus.
O anúncio da TAP, esta segunda-feira, de retomar um voo semanal à Angola coincidiu com a decisão da definição da “cerca sanitária na província de Luanda, a partir da meia-noite (0h00) do dia 26 de Maio de 2020” até “às 23h59 do dia 9 de Junho de 2020”.
“Enquanto vigorar a cerca sanitária, as fronteiras da província de Luanda estão sujeitas a controlo sanitário, nos termos definidos pelas autoridades competentes, devendo salvaguardar: a) Entrada e saída de bens e serviços essenciais; b) Ajuda humanitária; c) Entradas e saídas de doentes; d) Outras a determinar pelas autoridades competentes”, refere o novo Decreto sobre a Situação de Calamidade Pública divulgado na segunda-feira, na capital angolana.
A TAP tinha previstas outras rotas a serem feitas para América e para dentro da Europa, que igualmente poderão ser ajustadas, conforme a exigência das circunstâncias.
Questionado pelo hoje jornal É@GORA se a TAP sempre vai voar para Maputo e Luanda, em junho, conforme comunicou na segunda-feira, ou o plano para as capitais de Moçambique e Angola também será redefinido, tal como dá conta a última informação anunciada pelo Conselho de Administração em relação aos voos internos, o gabinete de comunicação respondeu: “De momento, nada temos a acrescentar ao que está no próprio comunicado”.
O chefe de governo português disse que a nova posição da TAP “merece regozijo e satisfação”, após considerar à Lusa que “não tem credibilidade qualquer plano de rotas definido pela TAP sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras definida pela República Portuguesa”.
“Quanto à TAP, só me posso regozijar que quem erra emende o erro. Isso não merece censura, Isso, pelo contrário, merece regozijo e satisfação”, declarou o primeiro-ministro português sobre o recuou na intenção da retoma de rotas anteriormente anunciado pela empresa aérea detida também pelo Estado.
Até à data da suspensão de viagens internacionais, apenas os voos da Ethiopian Airlines e TAP, é que se encontravam a operar em Moçambique, onde, na sequência da medida no ãmbito da Covid-19, dezenas de tripulantes ficaram em terra, sem poder voltar para os seus destinos, para Portugal, pais que acolhe imigrantes angolanos que também clamam por regresso ao país. (PS e redação)