Manuel Matola
A comunidade ucraniana representa atualmente “qualquer coisa como 1% da população” portuguesa estimada em mais de 10 milhões de habitantes, revelou na quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho.
“Recebemos mais de 55 mil refugiados da Ucrânia que se têm integrado muito facilmente no nosso país e representam hoje qualquer coisa como 1% da nossa população”, disse o chefe da diplomacia portuguesa, destacando as várias dimensões da cooperação que Portugal tem mantido com a Ucrânia, sobretudo, desde início da invasão russa à Ucrânia há dez meses: a dimensão política, diplomática (no âmbito da ONU e União Europeia), militar, financeira e humanitária.
Esta quinta-feira, a capital portugues, Lisboa, recebeu um voo humanitário com mais de 100 refugiados ucranianos provenientes da Moldova e que partiram diretamente da capital ucraniana, Kiev.
Ajuda humanitária
Há dias o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou que Portugal já atribuiu mais de 56.000 proteções temporárias a pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia e cerca de um quarto foram concedidas a menores.
O avião da companhia aérea ucraniana de baixo custo “Sky Up Airlines” que chegou está quinta-feira transportou refugiados, sobretudo mulheres e crianças, apoiados pela iniciativa “Check-In Esperança”, que resulta de uma parceria entre a associação “Ukrainian Refugees UAPT” e a empresa Leroy Merlin.
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
O voo decorreu no mesmo dia em que foi assinado o Memorando de Entendimento entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da República da Polónia sobre a ajuda humanitária e assistência à Ucrânia, no valor de 30 milhões de euros.
Citado pela agência Lusa, João Gomes Cravinho garantiu que Portugal continuará a apoiar e a solidarizar-se com a Ucrânia até que as autoridades de Kiev recuperem a totalidade da soberania do país, invadido pela Rússia.
Cravinho falava à agência Lusa no final da assinatura de um Memorando de Entendimento entre os ministérios dos Negócios Estrangeiros de Portugal e da Polónia sobre ajuda humanitária e assistência à Ucrânia, no valor de 30 milhões de euros, destinado a apoiar o orçamento polaco para acudir aos cerca de 3,5 milhões de refugiados ucranianos em solo polaco. (MM e Lusa)