Manuel Matola
Vários imigrantes ucranianos saíram esta quinta-feira às ruas de Lisboa, Porto e Faro para manifestar contra a invasão russa na Ucrânia que abalou o mundo quando ainda era madrugada na capital portuguesa que “vai estar ao lado de Kiev todos os dias”.
Com palavras de ordem inscritas em cartolinas, camisetas e dísticos a apelar para o fim do conflito, os ucranianos que se posicionaram na Praça do Município e defronte da embaixada russa em Lisboa rezaram, rebelaram-se e ergueram as suas vozes com o objetivo de transmitir mensagens que visam à paz na Ucrânia.
Até porque, disse Nataliya Khmil, representante efetiva da Comunidade Ucraniana, em declarações à CNN Portugal: “Quando acordamos esta manhã ouvimos tristeza”.
Numa breve declaração, a imigrante resumiu o essencial da mensagem que os manifestantes pretendiam passar à Rússia e ao Presidente Vladimir Putin.
“Queremos parar com ideias de ocupação de Putin”, disse Nataliya Khmil como que a corroborar com a leitura feita minutos antes aos jornalistas em Washington pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, que afirmou que “Putin escolheu esta guerra” na Ucrânia.
Por isso, assegurou Biden, o Presidente russo e a Rússia “suportarão as consequências de novas sanções”, até porque o governo norte-americano defenderá “cada centímetro do território da NATO”.
Nesta quinta-feira, a quase a totalidade das capitais europeias, incluindo Lisboa, decidiram iluminar os monumentos e edifícios governamentais com as cores da bandeira ucraniana – amarelo e azul – em solidariedade com a população da Ucrânia, alvo de ataque russo.
Em Lisboa, a embaixadora ucraniana Inna Onhivets e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, também se fizeram presentes nas manifestações.
Aos jornalistas, Carlos Moedas justificou a sua presença: dar um “abraço de solidariedade” aos ucranianos que vivem na capital portuguesa e são “comunidade é extremamente importante” e porque estar a passar por “um momento delicado”, Lisboa “vai estar ao lado de Kiev todos os dias”.
Em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, partilhou uma fotografia do edifício da Comissão Europeia com cores da Ucrânia num gesto simbólico de “solidariedade e amizade” dos Estados-membros da União Europeia que compõem a NATO “nestas horas negras” da Ucrânia.
Quando as principais cidades europeias ainda dormiam e o Conselho de Segurança da ONU debatia o impacto de UM eventual conflito, a Rússia lançava na última madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em diferentes cidades ucranianas que vitimaram pelo menos 57 pessoas e 169 ficaram feridas, de acordo as estimativas do ministro da Saúde ucraniano, Oleh Lyashko.
Entre as vítimas poderá haver um número incalculável de crianças. (MM)